Explorando o universo de Tolkien com Erico Borgo

John Ronald Reuel Tolkien foi um dos maiores artistas do século XX. Um autor que, ao combinar sua paixão por idiomas, mitologias e literatura romântica, criou uma obra imortal como poucas na História. Com O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion, entre outros trabalhos, transmutou em arte suas referências, seus valores, as dores de duas Grandes Guerras e a melancolia pelo desaparecimento do mundo simples e natural de sua infância. O resultado transcendeu a literatura e devolveu ao mundo uma mitologia perdida, modernizando o gênero da Fantasia e encorajando gerações inteiras a sonhar.
E se no mundo criado por Tolkien toda a existência começou com uma música cósmica, transformando em matéria e vida o que antes eram ondas sonoras, a Audible Brasil orgulhosamente apresenta em versões narradas as principais obras do professor Tolkien, acompanhadas por uma lista contextualizada de referências para entendermos o mundo desse artista formidável - dentro e fora das páginas. Do áudio à Audible.

Influências mitológicas de Tolkien

O corpo da mitologia de Tolkien, seus poemas, histórias e obras completas, é conhecido como o Legendário. Esse esforço de mais de 50 anos reflete uma série de fragmentos de inspiração, que o autor - que se considerava um historiador de sua própria obra - estudava e transmutava em sua própria arte. De mitologias distantes a outros autores, passando pela sua própria fé católica, esta lista oferece um panorama - uma pequena parte do mapa de referências de uma vida - daquilo que tornou o mundo de J.R.R.Tolkien.

Influências literárias

De Peter Pan a William Shakespeare, obras que foram referência para Tolkien ou inspiraram a construção do seu universo literário.

Lorde Dunsany

Conhecido por seu estilo poético e imaginação vívida, Lorde Dunsany é frequentemente lembrado como um pioneiro da literatura fantástica moderna, cujas obras influenciaram uma geração de escritores, incluindo J.R.R. Tolkien e H.P. Lovecraft.

Obras fundamentais

Fábulas e contos de fadas

Com seus contos de fadas e narrativas fantásticas, Edith Nesbit estabeleceu um certo padrão para histórias dirigidas a um público jovem - e uma influência direta na criação de O Hobbit.
O trabalho dos Irmãos Grimm e de Andrew Lang de resgatar e registrar histórias do passado da Europa pode não ter sido uma influência direta nas obras de Tolkien, mas certamente o foi no respeito compartilhado pelo folclore e no desejo de dar à mitologia anglo-saxônica um destino tão digno quanto as lendas do leste do continente receberam por esses autores.

William Morris

Tolkien foi profundamente influenciado pelos escritos de William Morris, um poeta, artista, romancista, arquiteto e conservacionista britânico do século XIX que rejeitou as forças da modernidade e da industrialização na Grã-Bretanha, em vez disso, defendendo as artes e ofícios britânicos como eram praticados antes da Revolução Industrial que começou em meados do século XIX. Ele também foi um dos primeiros escritores a fundirem o medieval com a fantasia - com uma mistura de prosa e poesia - e entre suas influências na obra de Tolkien está a floresta de Mirkwood.

Influência Religiosa

J.R.R. Tolkien era um homem profundamente religioso. O catolicismo fazia parte da sua vida desde a conversão de sua mãe, que foi abandonada pela família ao se tornar parte da Igreja Católica. Tolkien via isso como um sacrifício - e honrou a memória da mãe ao longo de sua vida, seguindo os valores e a moral católicas, que incutiu em sua obra. A Bíblia, portanto, foi uma influência importante. Assim como o trabalho de G.K. Chesterton, um renomado escritor, poeta e pensador católico britânico. Chesterton era conhecido por sua apologética cristã, especialmente através de obras como Ortodoxia e O Homem Eterno, que defendem a fé cristã de maneira lúdica, mas profundamente filosófica. Sua habilidade em combinar elementos do fantástico com reflexões sobre a condição humana e a fé cristã pode ser vista como precursora dos temas explorados por Tolkien em O Senhor dos Anéis e O Hobbit. Além disso, Chesterton tinha uma visão particularmente alta dos contos de fadas e da literatura fantástica, vendo-os como veículos importantes para expressar verdades profundas de uma maneira acessível.