
Dentro da noite e O bebê de tarlatana rosa: Dois contos de João do Rio
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Narrado por:
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Yuri Ribeiro
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De:
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João do Rio
Sobre este áudio
Em "Dentro da noite", Rodolfo conta a um amigo, durante uma viagem de trem, sua compulsão em espetar moças com alfinetes. Ele começou por sua noiva, sentindo a necessidade inexplicável de machucar a pele branca de seu belo braço, fazendo-a sofrer. Ela aceita passivamente a tortura, revelando-se a vítima perfeita para o sadismo do noivo. Até que o rito é interrompido quando o pai descobre e desfaz o compromisso. Rodolfo, então, procura prostitutas, que passam a desprezá-lo por sua crueldade inofensiva. Enfim, ele passa a atacar jovens aleatórias na rua, vítimas de oportunidade. Já em "O bebê de tarlatana rosa", Heitor relata uma aventura de Carnaval a um grupo de amigos: ele encontrou, durante os bailes, uma moça atraente vestida de bebê; em certa oportunidade, os dois se afastam da multidão para namorar; o rapaz, incomodado com o nariz postiço de sua companheira, arranca-o e descobre um buraco no lugar do verdadeiro nariz. Enojado com a situação e furioso com o bebê, ele acaba indo embora. Uma explicação possível para a ausência de nariz do bebê seria a doença da sífilis, muito temida na época e associada ao homossexualismo. O bebê também poderia ser um homem, conforme sugere o personagem Anatólio. No início do século XX, a prática homossexual era socialmente condenada. Além disso, a época do Carnaval remete a um ambiente de luxúria, que perpassaria, durante alguns dias de liberação, as regras impostas pela boa conduta. O companheiro fantasiado de Heitor, de uma forma ou de outra, representaria a ultrapassagem de um limite. Apenas durante o Carnaval ele tem liberdade de circular sem ser percebido como uma figura repulsiva e uma ameaça em potencial, já que pode transmitir sua doença a outros. A situação bizarra da narrativa também permite classificar o personagem do bebê como um monstro grotesco.
©2024 João do Rio (P)2024 Pop Stories