
O primeiro golpe do Brasil
Como D. Pedro I fechou a Constituinte, prolongou o escravismo e agravou a desigualdade entre nós
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Narrado por:
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Alex Ferreira
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De:
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Ricardo Lessa
Sobre este áudio
"O primeiro golpe do Brasil" narra um período específico e definitivo da mal contada história do país, com impactos até os dias de hoje: o golpe de 1823, liderado pelo jovem português recém-coroado D. Pedro I. Com o manto de imperador, Pedro fechou a Assembleia Constituinte, que propunha um caminho liberal para o Brasil, perseguiu aliados e inspiradores, prendeu e baniu adversários, censurou a imprensa, cercou-se de conterrâneos despreparados, alimentou-se do escravismo e promoveu os escravistas. Por trás do oficialismo construído artificialmente, emerge uma figura que nada tem do herói garboso dos livros escolares.
O autor, o premiado jornalista Ricardo Lessa, fez um minucioso trabalho de pesquisa em arquivos de vários países e revela os bastidores de um momento crítico do século 19, compreendido entre a Independência, em 1822, e a Abdicação, em 1831. A partir de relatos da época e documentos, Lessa mostra que a cadeia de fatos desencadeada em 1823 reforçou o escravismo, a desigualdade e o elitismo no Brasil. O pano de fundo do livro é a disputa entre os que defendiam a manutenção dos privilégios da aristocracia e os republicanos constitucionalistas. Venceu o atraso, que nos ajuda a entender os últimos 200 anos do país.
Dom Pedro I dissecado
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A Tese Central que Ricardo Lessa argumenta é que o fechamento da Assembleia Constituinte de 1823 — um ato violento, com tropas cercando o parlamento e deputados presos — foi o primeiro golpe de Estado do Brasil, marcando o início de uma tradição autoritária. O autor destaca que Dom Pedro I, longe de ser um libertador, priorizou interesses da aristocracia portuguesa e dos escravocratas, censurando a imprensa e exilando opositores como José Bonifácio, que defendia abolição gradual e reformas educacionais .
A obra conecta esse episódio a consequências duradouras como o escravismo e a desigualdade, fatores esses preponderantes para o atraso Econômico, além de chamar a atenção para a institucionalização do autoritarismo - A Constituição de 1824, outorgada por Pedro I, criou o Poder Moderador, subordinando os demais poderes ao imperador — um legado que o autor associa a regimes posteriores, como a ditadura militar .
Para tal, Ricardo Lessa baseia-se em documentos de arquivos nacionais e internacionais, além de cronistas da época como o mercenário alemão Carl Seidler, que descreveu o Brasil como um "estado imperial de um arlequim multicolorido" . O livro também dialoga com historiadores como Evaldo Cabral de Mello, reforçando seu caráter investigativo denotando esmero na metodologia e as fontes.
A obra desconstroi a narrativa escolar que glorifica a monarquia, mostrando Pedro I como um governante impulsivo e alheio aos interesses nacionais .
Traçando paralelos entre o autoritarismo do século XIX e crises políticas recentes, como a nostalgia monárquica em setores conservadores. Se utiliza de uma linguagem clara e estrutura cronológica que facilitam o acesso ao público não especializado .
Contudo podemos encontrar algumas limitações tais como algumas conexões entre o passado e o presente podem ser interpretadas como reducionistas, como a associação direta entre Pedro I e figuras como Bolsonaro. Além do foco no Negativo, a obra enfatiza os fracassos do período, mas dedica menos espaço a análises sobre resistências ou alternativas históricas que surgiram na época.
Desta forma "O Primeiro Golpe do Brasil" é uma leitura essencial para entender as raízes do autoritarismo e da desigualdade no país. Lessa oferece não apenas uma revisão histórica, mas um alerta sobre os perigos da romantização do passado. Apesar de algumas simplificações, o livro cumpre seu papel ao provocar reflexões sobre como o "golpe de 1823" ainda ressoa na sociedade brasileira .
Recomendo.
Seria Pedro I àquele em cima do cavalo no Ipiranga o herói da independência?
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Falsos Heróis, e a fantasia de uma história nada gloriosa
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