
103 — Ruptura
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Ruptura é uma das obras televisivas mais ousadas da década, alicerçada numa estética minimalista e opressiva que evoca a alienação kafkiana em pleno século XXI e a opressão do capitalismo.
Ruptura (título original Severance, 2022–2025) é uma série de suspense psicológico e ficção científica criada por Dan Erickson e dirigida em grande parte por Ben Stiller. A trama gira em torno de Mark Scout (interpretado por Adam Scott), funcionário da misteriosa corporação Lumon Industries, onde os empregados se submetem a um procedimento cirúrgico chamado "severance", que separa suas memórias pessoais das profissionais. Assim, eles vivem como duas pessoas distintas: o "innie", que existe apenas dentro do ambiente corporativo, e o "outie", que habita o mundo fora do trabalho. Ao longo das duas temporadas, a série se aprofunda no mistério da empresa, na subjetividade dividida dos personagens e na luta por autonomia, revelando gradualmente os horrores de uma burocracia desumanizante, os traumas pessoais dos protagonistas e as estratégias para romper com um sistema de opressão psíquica e material.
Ruptura é uma das obras televisivas mais ousadas da década. Com roteiro meticuloso e atuações intimistas, a série não apenas questiona os limites do trabalho e da identidade, mas também toca em feridas profundas do capitalismo contemporâneo, como a dissociação subjetiva provocada pela hiperprodutividade. Ao apresentar o “inconsciente corporativo” como um verdadeiro labirinto simbólico, a série propõe uma crítica contundente ao ideal de eficiência e ao esvaziamento do desejo. A segunda temporada amplia ainda mais essa crítica, revelando que a ruptura não é apenas física ou cognitiva, mas uma metáfora radical para a clivagem narcísica e o recalque estruturante da subjetividade moderna.
Lacan definiu o inconsciente como um saber que não se sabe. Em Ruptura, essa definição é explorada de modo brilhante: o "outie" não sabe o que o "innie" faz, e vice-versa — mas ambos são afetados por um saber que insiste, mesmo sem representação. Os sonhos, os lapsos, os pequenos gestos de revolta mostram que a verdade do sujeito retorna apesar da separação artificial. A série leva ao extremo a ideia de que o inconsciente é estruturado como uma linguagem: os sujeitos tentam deixar recados, signos, palavras, imagens — uma cadeia de significantes que buscam escapar da censura radical da empresa e construir uma narrativa possível do eu dividido.
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