A morte nos obriga a parar. Ela nos tira as distrações, desmonta as certezas e revela o que realmente importa. Diante dela, tudo o que é pequeno perde o brilho: os conflitos, as vaidades, as urgências falsas.

O amor, quando é maduro, não busca apenas a própria satisfação, busca o bem do outro. Ele se mede menos pelo que desperta em nós e mais pelo que desperta no outro.

Há quem fale de amor sem tê-lo experimentado, quem proclame fé sem ter se deixado sustentar por ela, quem prometa esperança enquanto se sente vazio por dentro.

Há momentos na vida em que a escuridão parece envolver nossos caminhos. As dificuldades, os medos, as incertezas e as perdas parecem nos roubar o ar, e nos sentimos sozinhos diante da imensidão do mundo. É nesses instantes que a esperança, frágil e delicada, precisa ser cultivada, nutrida, como uma chama que se recusa a apagar.

Francisco conheceu a dureza da vida: a renúncia, a enfermidade, a incompreensão, a proximidade da morte. E justamente aí está o paradoxo: quanto mais frágil se tornava, mais seus olhos espirituais se abriam. Foi no limite da dor que ele encontrou a plenitude da comunhão.

Ao venerarmos Miguel, Gabriel e Rafael, somos conduzidos a contemplar o rosto de Cristo, o verdadeiro vencedor, anunciador e médico de nossas almas. Neles se reflete a missão do próprio Senhor: Cristo é quem vence o mal, quem anuncia a Verdade e quem cura o coração humano.

A vida de São Pio nos convida a olhar para dentro de nós mesmos, para nossas próprias feridas, medos e limitações. Ele nos ensina que a dor, quando unida à entrega a Deus, pode se tornar caminho de redenção e amor. Não é a perfeição que nos aproxima de Deus, mas a sinceridade do coração que se entrega, a capacidade de acolher o sofrimento e transformá-lo em oração e serviço.

A cruz é esse lugar onde tudo parece terminar. É o silêncio depois do choro, o vazio que sobra depois de um adeus, a escuridão que sufoca quando não se vê saída. Às vezes, ela se apresenta como morte, outras vezes como solidão, angústia, falta de sentido. É a experiência de estar suspenso entre o céu e a terra, sem saber se há uma razão para continuar.