O texto apresenta uma análise detalhada das políticas educacionais e docentes no Brasil, concentrando-se em aspectos como financiamento, carreira, remuneração e formação de professores nos níveis federal, estadual e municipal. Ele examina a regulamentação do currículo, o sistema de avaliação (como o Ideb e o PISA) e as diretrizes nacionais para o magistério, destacando os desafios de qualidade educacional e a luta pela profissionalização docente. Além disso, o material inclui estudos de campo que mapeiam e caracterizam as ações de formação continuada e apoio aos professores em secretarias estaduais e municipais, revelando a diversidade de iniciativas e as fragilidades na implementação dessas políticas. A discussão frequentemente contrapõe o currículo ético-profissional com o modelo econômico-burocrático e questiona a qualidade e a expansão da formação a distância.

O texto é um artigo acadêmico que apresenta uma análise longitudinal do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para os anos iniciais do Ensino Fundamental em 49 municípios de médio porte no Estado de São Paulo, abrangendo o período de 2007 a 2019. Os autores utilizaram a técnica estatística multivariada de Análise de Componentes Principais (ACP) para avaliar o desempenho médio, a taxa de crescimento e o cumprimento de metas do Ideb. A pesquisa identificou os municípios de melhor e pior desempenho, destacando o ano de 2013 como o mais relevante para explicar a variância dos dados e apontando a existência de um platô ou estagnação no Ideb entre 2017 e 2019. Por fim, a conclusão do estudo também aborda o impacto negativo da pandemia de COVID-19 nos resultados do Ideb de 2021.

O artigo se concentra em uma análise do relacionamento entre o Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (PISA), da OCDE, e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), desenvolvido pelo INEP no Brasil. O texto examina como a implementação de avaliações padronizadas, tanto nacionais quanto internacionais, está ligada à Nova Gestão Pública (NGP) e influencia a política educacional brasileira desde os anos noventa. Os autores discutem as conexões estatísticas, metodológicas e políticas entre o PISA e o IDEB, notando que o PISA é frequentemente usado como referência de qualidade para o IDEB, apesar das diferenças em seus objetivos e metodologias de avaliação. A pesquisa utiliza dados de entrevistas com pesquisadores do INEP para ilustrar como a influência da OCDE se manifesta no Brasil e como essa dinâmica afeta as políticas públicas e os atores escolares, gerando questões de desalinhamento e confiabilidade nos indicadores. O artigo conclui que o uso de indicadores padronizados em um contexto de profunda desigualdade pode estar encobrindo problemas locais e promovendo um modelo educativo que desconsidera as especificidades socio-históricas do Brasil.

O texto é composto por excertos de "Aristófanes. A revolução das mulheres", uma tradução da obra clássica do grego por Mário da Gama Kury. O material apresenta o sumário da peça, definindo a época (cerca de 400 a.C.) e o local (Atenas), além de listar todos os personagens, como Valentina (Praxágora), a líder do movimento, e seu marido, Blêpiro. O foco principal da peça reside no plano audacioso das mulheres de se disfarçarem de homens para tomar o poder na assembleia, resultando na entrega do governo às mulheres com a instauração de um sistema comunal de bens e parceiros. A narrativa segue a implementação dessa nova lei, destacando o ceticismo dos homens e a hilária lei da prioridade que força os homens jovens a se relacionarem primeiro com as mulheres mais velhas. A peça conclui com Valentina, a chefe do governo, usando sua autoridade para resolver um impasse, reivindicando o jovem para si sob a nova legislação.

Os excertos fornecem uma visão abrangente sobre metodologias de pesquisa online e educação no contexto da cultura digital, especialmente acentuada pela pandemia de COVID-19. Os textos abordam a falha da tecnologia em humanizar o trabalho, focando, em vez disso, no lucro e na aceleração, e propõem uma reflexão sobre a condição humana na era digital. Diversos artigos exploram abordagens metodológicas qualitativas para investigar fenômenos contemporâneos, como a Netnografia, Cibercartografia e Design Science Research (DSR), ilustrando como estas foram adaptadas para o ambiente online. Além disso, os autores discutem práticas pedagógicas e questões sociais urgentes, como as desigualdades de acesso à internet e a importância da alfabetização midiática e do pensamento crítico em um cenário de transformações tecnológicas e desafios políticos, como o movimento Escola Sem Partido.

O texto apresenta uma discussão aprofundada sobre a Design Science Research (DSR) como uma abordagem epistêmico-metodológica para conduzir pesquisa científica rigorosa, especificamente ligada ao desenvolvimento de artefatos. Ele começa diferenciando o desenvolvimento de um artefato, que é técnico, da pesquisa científica, que deve produzir conhecimento e teorias. A DSR é posicionada com um duplo objetivo: resolver problemas do mundo real e gerar uma contribuição científica prescritiva. O material também explora a epistemologia das Ciências do Artificial, contrastando-a com as Ciências Naturais e Humanas/Sociais, e detalha o Modelo-DSR com seus elementos inter-relacionados, como o problema em contexto, as conjecturas comportamentais e a avaliação empírica. Finalmente, ressalta a importância da teorização e dos achados teóricos e técnicos para garantir o rigor e a relevância da pesquisa.

O texto é uma transcrição de áudio que oferece uma análise da Trilogia Tebana (Édipo Rei, Antígona e Édipo em Colono), interpretando as tragédias gregas como um espelho da experiência humana contemporânea. O narrador examina como os personagens representam falhas e conflitos cotidianos: Édipo simboliza a cegueira voluntária e a busca incessante por bodes expiatórios para evitar verdades destrutivas. Antígona personifica o conflito eterno entre a lei do coração/consciência e as regras do mundo/poder, e Creonte ilustra como a teimosia destrói famílias e organizações. O áudio conclui encorajando o autoconhecimento e o diálogo como formas de evitar os erros trágicos desses personagens, vendo a obra não como um manual, mas como um alerta sobre o ego e o orgulho.

O artigo de António Nóvoa, intitulado "Firmar a Posição como Professor, Afirmar a Profissão Docente," argumenta pela necessidade de reformular a formação de professores como uma educação essencialmente profissional e universitária. Ele critica a distância existente entre a teoria acadêmica e a realidade escolar, propondo um novo arranjo institucional que funcione como uma "casa comum" entre universidades, escolas e a profissão. O autor defende que, para superar a desvalorização e a desprofissionalização do magistério, a formação deve ser estruturada em torno do conceito de "posição", desdobrado em cinco movimentos cruciais: disposição pessoal, interposição profissional, composição pedagógica, recomposição investigativa e exposição pública. Nóvoa insiste que uma formação robusta é vital para a profissão, e vice-versa, e que a mudança exige coragem e ação política contra tendências de privatização e desregulação.