
Projeto antimáfia: “Governo se acovardou diante da pressão da Polícia Federal”
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O projeto de lei antimáfia que o governo federal deve enviar ao Congresso nos próximos dias já nasce desidratado, avalia o ex-secretário nacional de Segurança Pública e coronel reformado da PM, José Vicente Filho. Para ele, a retirada da criação de uma Agência Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas enfraquece a proposta e revela a força do corporativismo na segurança pública. Em entrevista a Carolina Ercolin, da Rádio Eldorado, Vicente avalia que a agência inspirada no modelo italiano teria autonomia para convocar policiais de diferentes estados e atuar em operações contra facções e milícias, reduzindo a dependência de estruturas locais frequentemente comprometidas com o crime. “A Polícia Federal pressionou contra, temendo perda de espaço. O governo se acovardou diante dessa resistência interna”, afirmou. O coronel ressaltou que a PF, sozinha, não conseguiu conter a expansão das facções. Ele defende a criação de novos mecanismos de coordenação nacional e lembra que em países como os Estados Unidos existem várias polícias federais especializadas, o que evitaria a concentração de funções em um único órgão.
Apesar das críticas, Vicente reconhece avanços no texto, como o endurecimento de penas, a definição de “organização criminosa qualificada” e o reforço do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Ainda assim, alerta que sem coordenação centralizada o país seguirá refém das facções. “A Polícia Federal é eficiente em operações pontuais, mas falhou em assumir a missão de conter o crime organizado no plano nacional”, concluiu.
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