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    Jun 17 2025

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  • #62 RUMPELSTICHEN, IRMÃOS GRIMM
    Aug 17 2021

    Os contos de fadas são histórias que guardam algum conhecimento de mundo, como o aviso de que corremos perigo, de que determinadas circunstâncias devem ser evitadas, de que devemos estar atentos para fugir da crueldade que nos cerca. Diferentes de narrativas modernas ou contemporâneas, os contos de fadas geralmente não têm nenhuma correspondência com a realidade, nem em relação ao espaço, nem à decorrência do tempo, nem às leis físicas que regem nossa vida, como a gravidade. Os contos se situam em lugar nenhum, “em um reino muito muito distante”, e em um tempo remoto, o tempo do “era uma vez”. Então nos contos de fadas podemos ter personagens voadoras, como as bruxas. Aliás, uma das características desse gênero literário é a presença de seres fantásticos ou mitológicos, como bruxas, duendes, fadas, ogros, animais e vegetais falantes, aparecimento e desaparecimento instantâneo de criaturas, encantamentos, feitiços, magia. Como Tolkien teria dito, o autor de O Senhor dos anéis, “os contos de fadas não se preocupam evidente e primeiramente com o que é possível, mas com o que é desejável”.

    Claro que a interpretação de uma narrativa sempre depende da contextualização social. Os contos de fadas expressam a visão de mundo de quando surgiram e cada nova versão pode expressar a visão de sua época. Apresentam as orientações de moralidade de sua época e local, mudando e se transformando à medida que são reescritos. Muitos dos contos de fadas circularam oralmente entre os séculos XVI e XVII, e mais tarde foram escritos, sempre ganhando novas versões e mantendo alguns pontos. Eles são produtos da cultura na qual foram criados e estão inseridos. Muitos temas são recorrentes na maioria dos contos de fadas, porque alguns temas são universais, condizem com a realidade de todos os seres humanos, não importando a localidade em que os leitores se encontram ou a época. São contos em que a fantasia desafia a lógica, mas podem ter a intenção de ensinar algo, de fixar um valor. Os contos de fadas apresentam muitos níveis de significação, podendo ser interpretados diferentemente por crianças de todas as idades. Esses contos nos conectam imediatamente com a criança que há em nós.

    Rumpelstichen é um conto de fadas sobre um duende, ou diabrete, em algumas histórias chamado também de anão saltador, que transforma palha em ouro para ajudar uma moça presa em um castelo. Mas, para fazer a transformação, ele sempre pede algo em troca. Nas duas primeiras vezes em que aparece, a moça o presenteia com joias, mas na terceira vez, não tendo nada de valioso para ofertar, o duende propõe receber o primeiro filho dela, caso se torne rainha.

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  • #61 INTERTEXTO, BERTOLD BRECHT
    Aug 9 2021

    Bertold Brecht foi um dramaturgo e poeta alemão, que nasceu em Augsburg, em 1898, e morreu em Berlim Leste, quando o país ainda era dividido, em 1956, com apenas 58 anos. Dia 14 de agosto agora será 65 anos de sua morte. Ele influenciou muito o teatro contemporâneo, propondo estranhamento.

    O tipo de peças que ele escreveu e dirigiu foram chamadas de “Teatro épico”, e são assentadas em experimentos e na crítica artística ao desenvolvimento das relações humanas no sistema capitalista. Brecht se torna adepto da teoria marxista nos anos 1920. Que que é isso? O nome marxismo vem do filósofo alemão Karl Marx, que cunhou, junto com Friedrich Engels, esse método de análise socioeconômica sobre as relações de classe e conflito social.  O marxismo engloba uma teoria econômica, uma teoria sociológica, um método filosófico e uma visão revolucionária de mudança social.

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  • #60 O HOMEM DO FURO NA MÃO, IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO
    Aug 3 2021

    Hoje vou ler o conto “O homem do furo na mão”, de Ignácio de Loyola Brandão, em homenagem aos 85 anos do autor, em 31 de julho.

    Ignácio de Loyola Brandão nasceu em Araraquara, São Paulo, em 1936. É jornalista e escritor, membro da Academia Brasileira de Letras e vencedor de vários prêmios literários. Brandão é autor de romances importantes da literatura brasileira, como Zero (1975) e Não verás país nenhum (1981), e também de literatura infanto-juvenil, com O menino que vendia palavras (2008) e Os olhos cegos dos cavalos (2015), entre outros.

    O conto “O homem do furo na mão” é de 1987 e fala de segregação e intolerância com o diferente. Na época em que o conto foi escrito, como é que tava o Brasil?

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  • FAIXA BÔNUS 4 - PELADAS NA PRAIA
    Jul 26 2021

    Seja bem-vindo ao Literatura Oral, podcast de leitura comentada e de sugestões literárias.

    Eu sou Sabrina Siqueira e nesta faixa bônus vou ler uma crônica minha, publicada no site Paralelo 29, no dia 25 de julho. O texto é sobre os uniformes cavados em algumas modalidades esportivas femininas e sobre a estigmatização sobre o corpo feminino. É um convite à reflexão sobre será que não é hora de parar de explorar a exposição excessiva do corpo feminino. Por outro lado, sendo que metade dos habitantes do planeta têm esse corpo, será que não dá pra tratar a nudez feminina com normalidade, ao invés de sexualizar os corpos o tempo inteiro?

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  • #59 A CARTA SECRETA DE ANANAPALAVRA OU A MORTE DOS POETAS, ANA PAULA TAVARES
    Jul 19 2021

    Este é o episódio que fecha 1 ano do Literatura Oral. Próximo dia 21 de julho faz 1 ano que postei o primeiro episódio, com Machado de Assis. O meu podcast não virou o sucesso que eu acreditei que ele poderia ser, teve poucas reproduções e é bem desgastante ter trabalho, caprichar na pesquisa, se dedicar pra um trabalho que muitas vezes tem uma ou duas reproduções em cada episódio. Mas eu vou continuar fazendo, vou manter a qualidade de pesquisa que eu procuro entregar, continuar estimulando a leitura crítica a partir desse trabalho. Só vou desencanar agora de ter reproduções. E agradeço muito pelo apoio que tive até aqui, da minha mãe que divulga, dos amigos e ouvintes que já escutaram algum episódio e me retornaram palavras de incentivo.

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  • #58 UM DIA, DAVID NICHOLLS
    Jul 12 2021

    O romance é sobre um dia, 20 anos e duas pessoas. Um dia, 15 de julho de 1988, dia da formatura de Emma Morley e Dexter Mayhew. Eles passam a se encontrar nos 15 de julho seguintes, ou a pelo menos se falar por telefone, pelos próximos 20 anos.

    David Alan Nicholls nasceu em 1966. É formado em literatura e trabalhou como ator antes de se tornar escritor. Recebeu duas indicações ao BAFTA, que é um prêmio da Academia Britânica pra filme e televisão.

    Um dia inicia com duas epígrafes. O poema Days, que significa “dias”, do inglês Philip Larkin, e um fragmento sobre um dia especial que determina o rumo das nossas vidas, extraído do romance Great Expectations, ou Grandes esperanças, do também inglês Charles Dickens.

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  • #57 DOIS BRASIS DE CAMINHA
    Jul 5 2021

    No último episódio, eu comentei sobre a obra de Josefina Álvares de Azevedo e sua peça O voto feminino. Hoje vou ler uma crônica minha, publicada no site Paralelo 29, sobre dois escrivães de nome Caminha que aparecem na literatura brasileira. Um deles é o Caminha real, integrante da tripulação de Pedro Álvares Cabral, quando chegaram ao Brasil em 1500 e a partir de quando Portugal se nomeou dono do nosso país. Pero Vaz de Caminha escreve o primeiro texto considerado literário produzido em solo brasileiro, a carta de achamento do Brasil. E o outro é um Caminha fictício, criado por Lima Barreto no romance Recordações do escrivão Isaías Caminha. Essa personagem de Lima Barreto vivia no interior e vai ao RJ pra estudar e se tornar doutor. Quando chega na então capital federal ele também descobre o verdadeiro Brasil, o Brasil de preconceito racial e social, e de desigualdades imensas. E há um contraste nessas duas descobertas. O primeiro Caminha vê o potencial de um Brasil que seria muito. O Caminha personagem se decepciona com um Brasil explorado e empobrecido.

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