.'ME DÓI VER O QUE FIZERAM DO SÃO CAETANO. JOGARAM O CLUBE NA QUARTA DIVISÃO'
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Sobre este título
"Engolimos o Fluminense, no Maracanã. Derrubamos o Palmeiras, no Parque Antártica. Eliminamos, tranquilos, o Grêmio, com Ronaldinho Gaúcho e tudo, no Olímpico. Mas aí veio o Eurico Miranda e nos tirou o título brasileiro. Ele e o Caixa D'Água, (Eduardo Viana, então presidente da Federação Carioca). A direção do São Caetano foi ingênua. Perdemos um campeonato que era nosso, por direito. Me revolta até hoje..."Adhemar é o tipo de jogador que faz falta no atual futebol deste país.Espontâneo, sem medo de dizer o que realmente pensa, e não o que seu assessor de imprensa quer."A geração atual não opina de verdade sobre nada. Não participa da vida do clube, da Seleção. Não se envolve. Quer saber de ganhar muito bem, cuidar de sua imagem nas redes sociais e pronto. Futebol para mim sempre foi mergulhar de cabeça."E ele foi um dos principais personagens no time que parou o Brasil entre 2000 e 2004. Com direito à conquista de um Paulista, com Muricy como treinador, vice-campeonato da Libertadores, e dois vices Brasileiros. Com a morte do prefeito de São Caetano, Luiz Olinto Tortorello, no dia 17 de dezembro de 2004, o projeto sofreu um golpe irrecuperável. E logo as Casas Bahia, grande patrocinador, deixou o clube. Estava decretada a morte precoce de um grande clube. Infelizmente, o São Caetano se apequenou, de novo, e atualmente está na Quarta Divisão de São Paulo.'Me dói muito ver o que fizeram com o São Caetano. Não restou nada do que lutamos tanto para conseguir", desabafa Ademar.Dono de um chute fortíssimo, moldado em uma medicine ball (bola de peso) de cinco quilos, que chutava quando era adolescente, de muita velocidade e raça, ele se tornou o jogador inesquecível do São Caetano, vice-campeão do Brasileiro 2000, que tinha o nome de João Havelange."Formamos um time de atletas com fome de vitórias, que queria vencer no futebol. O Jair Picerni soube como tirar o máximo de cada um. E jogávamos de uma forma adiantada no tempo. Com preenchimento de espaço, ataques em blocos, triangulações pelas laterais, marcação alta. Era o 4-3-3 com movimentação que só se veria 20 anos mais tarde. A estratégia estava por trás de um time muito vibrante e talentoso", revela.Foi assim que o time assustou o Brasil, saindo da Segunda Divisão naquele Brasileiro, que permitia o cruzamento de Divisões. E foi derrubando grandes pelo caminho. Fluminense, Palmeiras, Grêmio. E chegou à final contra o Vasco, em São Januário."O Eurico estava contra a Globo, que transmitia o jogo. E colocou o logotipo SBT nas costas dos jogadores. Mais do que isso, superlotou São Januário na final. E o alambrado não suportou tanta gente. E arrebentou. Quase foi uma tragédia, com pessoas caindo umas sobre as outras. Vi um pai carregando uma filha com sangue jorrando pelas costas, uma lança dos alambrados entrou na criança. Muitos torcedores se machucaram. E ele queria seguir com o jogo porque sabia que o São Caetano seria declarado campeão."O jogo não seguiu. "Eurico e o Caixa D'Água conseguiram convencer a CBF que deveria acontecer nova partida. A direção do São Caetano foi ingênua. Desmobilizou o time. Eu já estava vendido para o Stuttgart, da Alemanha. Nós aproveitamos o Natal, comendo, bebendo, nos divertindo com nossas famílias. Estávamos de férias, esperando a CBF nos confirmar campeões do Brasil. O Vasco não ofereceu segurança para a final. O título era nosso. Mas Eurico sabia que iria conseguir nova partida e os jogadores do Vasco seguiram treinando. E foi marcada nova partida, no Maracanã, começando do zero. O Romário já havia sido substituído em São Januário. Só que ele pôde jogar. Foi um absurdo. E perdemos o título.