Bom dia, boa tarde, boa noite no Mundo do Conhecimento! Episódio 166 no ar! Aqui falamos sobre inovação, tendências, prática médica e qualidade de vida. Eu sou Pablo Gusman, o Anestesiador, e acredito que compartilhar é multiplicar! Vamos a mais um tema sem fronteiras: Anestesia Verde — um imperativo para a saúde do planeta e da prática clínica. Você já parou pra pensar na pegada de carbono da anestesiologia? Sabia que os anestésicos inaláveis estão entre os principais gases de efeito estufa usados na medicina? O desflurano, por exemplo, tem um potencial de aquecimento global 6.810 vezes maior que o CO₂. E o óxido nitroso permanece por mais de 100 anos na atmosfera! O consenso da ESAIC (European Society of Anaesthesiology and Intensive Care), publicado no European Journal of Anaesthesiology, propõe quatro pilares para uma anestesia mais sustentável: 1. Redução das Emissões Diretas: Evite o uso de desflurano. Prefira sevoflurano ou técnicas como TIVA com propofol, que não libera gases na atmosfera. Técnicas regionais também são aliadas da sustentabilidade. Reduza o fluxo de gás fresco ao mínimo seguro. Considere desativar sistemas centrais de N₂O, e sempre que possível, use alternativas com menor impacto ambiental. 2. Otimização do Uso de Energia: O centro cirúrgico consome muita energia, principalmente com HVAC (ventilação e ar-condicionado). Ajustar trocas de ar quando a sala está vazia, usar LEDs, desligar equipamentos fora de uso e adotar fontes renováveis pode reduzir drasticamente o consumo. Economize também na água com torneiras de baixo fluxo e sensores nas pias. 3. Gestão de Resíduos e Suprimentos: Blocos cirúrgicos geram até 33% do lixo hospitalar. Aplique os 5R’s: Rejeitar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Reparar. Evite abrir materiais desnecessariamente. Use ampolas menores, seringas pré-cheias e descarte medicamentos de forma apropriada. Prefira materiais reutilizáveis, como polipropileno e silicone. Separe corretamente os resíduos e treine sua equipe. 4. Bem-estar da Equipe e Transporte Sustentável: Profissionais esgotados são menos seguros. Garanta locais adequados de descanso, apoio psicológico e educação sobre fadiga. Incentive telemedicina e teletrabalho para reduzir deslocamentos. Use bicicletas, caronas e transporte público. E em vez de viajar, opte por congressos virtuais — que podem reduzir em até 94% a pegada de carbono. Sim, mudar exige esforço: tempo, treinamento, investimento. Mas os benefícios superam. Menos desperdício, mais eficiência, reputação institucional positiva e cuidado mais humano. Sustentabilidade é compromisso ético com o paciente, o planeta e nós mesmos. Crie equipes verdes, compartilhe essas ideias, promova ações no seu hospital. Não é moda — é necessidade. Comece pequeno, mas comece! Se gostou do conteúdo, compartilhe com colegas! Vai lá no www.medicinadoconhecimento.com.br e ouça ciência a qualquer momento. Ou peça pra sua Alexa: “Tocar Medicina do Conhecimento”! Estamos no Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Soundcloud e YouTube. Dê seu like, mande sugestões e ajude a levar mais conhecimento adiante. Porque compartilhar é multiplicar.
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