Paixão pelo conhecimento: a trajetória científica de Washington Soares Ferreira Júnior, da UPE e Resiclima - #64 Podcast Por  capa

Paixão pelo conhecimento: a trajetória científica de Washington Soares Ferreira Júnior, da UPE e Resiclima - #64

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Sobre este título

O programa InterD – ciência e cultura, veiculado todas as quartas-feiras, às 20h, na Universitária FM do Recife e nas principais plataformas digitais, trouxe em sua série Minha História o professor Washington Soares Ferreira Júnior, docente da Universidade de Pernambuco (UPE) e coordenador-geral da Rede Resiclima. Conhecido entre colegas como “Wash”, o pesquisador compartilhou seu percurso acadêmico, reflexões sobre ciência e sua relação com a arte.Fascínio pela ciência desde a adolescênciaWashington relembra que sua curiosidade científica começou ainda no ensino médio. O hábito intenso de leitura o levou a se interessar por biologia e, mais tarde, a ingressar no curso de Ciências Biológicas na Universidade Federal de Alagoas (UFAL). “Eu ficava muito fascinado com as formas que a gente tem de entender o mundo, a natureza, e a capacidade de formular perguntas e obter respostas”, contou.Durante a graduação, o contato com professores foi determinante. Em especial, o professor José Geraldo Marques apresentou a etnoecologia e a etnobiologia, áreas que integram aspectos biológicos, ecológicos e culturais. Essa experiência definiu a escolha de Washington pela pós-graduação e abriu caminho para sua atuação no Laboratório de Ecologia e Evolução de Sistemas Socioecológicos (LEA), vinculado à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).Ali, encontrou um ambiente colaborativo que marcou sua formação e consolidou sua visão interdisciplinar. “Foi um espaço decisivo, que moldou basicamente tudo o que eu faço hoje”, destacou.Pesquisa e interdisciplinaridadeNo LEA, Washington desenvolveu o hábito de pensar “fora da caixa” e de buscar constantemente o diálogo entre diferentes áreas do conhecimento. Para ele, integrar visões é fundamental para avançar na compreensão das relações humanas com o ambiente.Atualmente, suas pesquisas se concentram em como diferentes grupos sociais percebem sintomas de doenças, identificam causas e selecionam estratégias terapêuticas — seja por meio de plantas medicinais, práticas tradicionais ou biomedicina. O objetivo é entender como o conhecimento, as crenças e o comportamento relacionados à saúde se articulam em contextos diversos.Rede Resiclima e mudanças climáticasWashington também coordena a Rede Resiclima, que reúne pesquisadores do Brasil e de outros países para investigar os efeitos das mudanças climáticas sobre sociedades humanas, outras espécies e os ambientes naturais.Um dos focos do grupo é analisar como as pessoas percebem os riscos climáticos e de que forma essas percepções influenciam comportamentos e engajamento em estratégias de adaptação. “Tentamos entender como as mudanças climáticas impactam o conhecimento, a percepção de doenças e até a disponibilidade de espécies usadas em tratamentos”, explicou.Desejos para o futuro da ciência no BrasilO professor ressalta a necessidade de maior valorização da ciência no país e defende o fortalecimento da comunicação científica. Para ele, é essencial atingir públicos diversos e despertar o interesse das novas gerações.“Precisamos repensar com muito carinho como estamos formando cientistas. É importante criar estratégias para encantar jovens e manter a ciência como esse espaço de curiosidade, rigor e criatividade”, afirmou.A ponte com a arteEmbora não seja artista, Washington destaca a música como uma inspiração constante. Bandas que inovaram ao longo de suas trajetórias, como Chico Science e os Beatles, o lembram da importância da criatividade também na ciência.“Assim como na arte, precisamos sair da zona de conforto para criar coisas novas. A ciência exige rigor, mas também precisa de abertura para novas ideias”, disse. Para ele, a sensibilidade — essencial tanto para lidar com dados quanto com pessoas em pesquisas de campo — aproxima arte e ciência.Um olhar integradorEntre lembranças da adolescência, a formação acadêmica marcada pela interdisciplinaridade e as atuais responsabilidades na Rede Resiclima, Washington Soares Ferreira Júnior defende uma ciência colaborativa, criativa e conectada à sociedade.Sua história mostra que o encantamento inicial pela leitura e pela biologia se transformou em uma trajetória comprometida com os grandes desafios contemporâneos, como as mudanças climáticas, sem perder de vista o valor humano e cultural que sustenta o fazer científico.Visite: www.interd.net.brwww.resiclima.com.br O InterD é uma produção da InterD Comunicação @interdcomunicaSobre o InterDInspirado na conexão entre arte e ciência, que influenciou cientistas e também se deixou inspirar pelo universo científico –, nasceu o InterD – ciência e cultura. O projeto integra mídias escrita e audiovisual (site, rádio e vídeo) e aborda temas de divulgação científica, saúde e cultura.Na rádio, o programa vai ao ar todas as quartas, às 20h, na Rádio Universitária FM do ...
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