Episódios

  • João Leal Amado: a nova lei laboral é tão desequilibrada como parece?
    Nov 25 2025

    Neste episódio do Perguntar Não Ofende, Daniel Oliveira conversa com João Leal Amado, professor catedrático e especialista em Direito do Trabalho, sobre o anteprojeto que altera quase 150 artigos da lei laboral. A proposta surge pouco depois da Agenda do Trabalho Digno e levanta questões sobre precariedade, despedimentos, outsourcing, direitos sindicais e parentalidade. Será esta reforma necessária para adaptar a lei à realidade ou um desequilíbrio que favorece apenas um lado? Uma análise profunda às mudanças que podem transformar as relações laborais em Portugal.

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    1 hora e 20 minutos
  • Presidenciais 2026 com Luís Marques Mendes: os portugueses querem mais um ovo no mesmo cesto?
    Nov 7 2025

    Luís Manuel Gonçalves Marques Mendes. É este um dos nomes que lhe aparecerá no boletim de voto, a 18 de janeiro. Ex-líder do PSD, partilha com o António José Seguro não ter consigo chegar a ir a votos, em legislativas. Natural de Fafe, formado em direito, começou a sua vida política cedo, como vice-presidente da Câmara, ainda com 19 anos. Foi deputado em seis legislaturas, líder parlamentar quando o atual Presidente da República era presidente do PSD, secretário de Estado dos assuntos parlamentares, secretário de Estado da Presidência e ministro adjunto de Cavaco Silva, assim como ministro dos Assuntos Parlamentares de Durão Barroso. Como começa a ser hábito nos candidatos à presidência do centro-direita, foi comentador, em horário nobre, canal generalista e a solo, durante anos. Foi o primeiro candidato a tornar pública a sua candidatura. Nestas eleições, tem uma vantagem e uma desvantagem, que são a mesma: é o candidato apoiado pelo partido que governa. Vantagem, porque é o partido mais votado e, não se afastando dessa base de apoio, Marques Mendes têm aparecido, consistentemente, como forte candidato a ir a uma segunda volta. Desvantagem, porque é um partido que concentra tal poder, que a teoria soarista de que os portugueses não gostam de pôr os ovos todos no mesmo cesto seria, neste caso, esmagadora. Nunca tantos ovos pesaram no mesmo cesto porque nunca um partido teve o governo, o parlamento, duas regiões autónomas, a maioria das câmaras, incluindo as cinco mais populosas. Mesmo perante isto, a sua campanha tem estado bastante colada ao governo e à AD. Com tanta concorrência à direita, saberá que só conquista quem tem base sólida. E, ainda assim, segundo as sondagens, uma parte importante dessa base ainda está por conquistar.

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    1 hora e 19 minutos
  • Miguel Carvalho: o que se vê por dentro do Chega?
    Oct 27 2025

    Neste episódio do Perguntar Não Ofende, Miguel Carvalho apresenta as principais conclusões do seu livro Por Dentro do Chega, a mais extensa investigação sobre a ascensão e os bastidores do partido liderado por André Ventura. O jornalista descreve um movimento político que se constrói em torno de um culto de personalidade e de uma lógica de poder pessoal, mais do que de uma ideologia estruturada. As vozes de ex-dirigentes, citadas no livro, revelam um ambiente de manipulação interna, gravações clandestinas, disputas de poder e ausência de transparência financeira. Carvalho analisa o crescimento eleitoral do Chega, que se torna a segunda força política portuguesa em apenas seis anos. Explica que o partido capta um eleitorado popular, maioritariamente vindo do PCP e do PSD, desiludido com o sistema e atraído por um discurso de protesto simples e emocional. Compara o fenómeno à transformação populista de outros países europeus, sublinhando que Ventura se adapta ao “ar do tempo” e domina as dinâmicas mediáticas e digitais com grande eficácia. O jornalista destaca ainda o papel das redes sociais, dos media sensacionalistas e de movimentos religiosos radicais na consolidação do partido. Denuncia a ausência de rastreio dos candidatos, a entrada de figuras com antecedentes criminais e a permeabilidade do Chega a grupos extremistas. Para Carvalho, o partido vive numa bolha de desinformação e paranoia, alimentada por uma estrutura centralizada e autoritária. Por fim, Miguel Carvalho reflete sobre o papel do jornalismo na vigilância democrática. Assume ter sentido pressões durante a investigação, mas defende que a missão do repórter é resistir ao medo e expor as contradições do poder.

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    1 hora e 27 minutos
  • Presidenciais 2026 com Henrique Gouveia e Melo: sabemos que chegue do almirante que quer ser Presidente?
    Oct 24 2025

    Henrique Eduardo Passaláqua de Gouveia e Melo. Será este o nome que aparecerá no boletim de voto, a 18 de janeiro de 2026. Retornado, mas sem contas a ajustar com o fim do Império, sobrinho de um comunista e de um homem do Estado Novo, filho de um opositor moderado ao salazarismo e amigo de Almeida Santos que fugiu do PREC para o Brasil. Tudo na biografia de Gouveia e Melo parece fadado a agradar a gregos e a troianos. E, no entanto, esteve longe de ser uma figura consensual entre os camaradas de armas. Para uns será vaidoso e ambicioso; para outros confiante e corajoso.

    O seu sonho era ser Chefe de do Estado Maior da Armada, mas os portugueses ficaram a conhecê-lo antes de lá chegar, quando António Costa, para se livrar do cerco da oposição ao processo de vacinação, escolheu um militar que supostamente não tinha ambições políticas e seria deixado em paz. Uns dirão que foi a sua competência, outros que foi a farda, mas a sua autoridade foi aceite. E o PS criou o monstro (salvo seja) que não desejava. Já na chefia militar, deu muitas entrevistas e manteve a visibilidade, preparando o caminho para uma candidatura que já todos previam.

    As sondagens dão-no como favorito, baralhando as contas habituais dos partidos. Mas quando começou a ter de falar de política, a ser realmente um político, começou também a cair. Não há consenso que sempre dure quando se tem de clarificar posições.

    Os adversários apontam-lhe a inexperiência como principal problema. Uma folha em branco e só depois de tomar posse perceberemos que contrato assinámos. Os apoiantes a independência e a neutralidade partidária, que lhe darão equidistância em tempos difíceis. E a autoridade. Ajudada por uma farda que já não veste e também é vista como um problema.

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    1 hora e 13 minutos
  • Filipe Teles: que falta nos faz o poder local? E a regionalização?
    Oct 7 2025

    As eleições autárquicas são o momento mais próximo entre eleitores e eleitos, mas paradoxalmente aquele que menos mobiliza o país. Apesar de quase metade dos portugueses avaliarem positivamente o poder local, a participação cívica nas autarquias continua baixa. Porquê? O problema está nas instituições ou na nossa cultura democrática? À porta de novas eleições, Daniel Oliveira conversa com Filipe Teles, coordenador do Barómetro do Poder Local da Fundação Francisco Manuel dos Santos, professor de Ciência Política na Universidade de Aveiro e especialista em governação e descentralização. A partir dos dados do barómetro, exploram-se as contradições da nossa democracia local: cidadãos satisfeitos mas pouco participativos, autarcas próximos mas com poderes limitados, e uma máquina pesada e dependente do imobiliário. Na conversa questiona-se o modelo presidencialista das câmaras, a falta de transparência e de imprensa local, e a ausência de escrutínio das estruturas intermédias como as CCDR e as Comunidades Intermunicipais. Tudo isto num país onde 84% dos municípios perderam população e onde o centralismo, político e económico, continua a concentrar recursos e decisões em Lisboa. Pode a descentralização fortalecer a democracia e reduzir desigualdades regionais? Ou corremos o risco de apenas multiplicar os vícios do centro? Entre os limites da regionalização e o medo de distribuir poder, esta conversa procura perceber o que está em causa quando falamos de proximidade, autonomia e participação.

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    1 hora e 20 minutos
  • Carvalho da Silva e Torres Couto: a contrarreforma laboral pode unir os sindicatos?
    Sep 12 2025

    Daniel Oliveira recebe Carvalho da Silva e Torres Couto, duas figuras históricas do sindicalismo português, que se reencontram para discutir a chamada contrarreforma laboral. Desde o início da conversa, ambos sublinham a gravidade das alterações propostas pelo governo, que mexem em mais de uma centena de artigos da lei laboral e representam, segundo eles, um claro retrocesso nos direitos dos trabalhadores. O ponto de partida é o apelo à unidade das centrais sindicais, algo que os dois consideram indispensável para travar as mudanças em curso. Os dois antigos líderes sindicais também refletem sobre a capacidade atual das centrais em mobilizar a sociedade. Admitem que a CGTP e a UGT já não têm a força de outros tempos, mas defendem que o contexto exige coordenação e unidade. Recordam o seu próprio percurso, marcado por alianças e divergências, como na greve geral de 1988, mas sublinham que hoje se impõe ultrapassar divisões. Só uma frente comum, afirmam, pode criar condições reais para enfrentar um governo apoiado por dois terços de deputados de direita e disposto a usar esse poder para remodelar profundamente as relações laborais.

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    1 hora e 18 minutos
  • Bruno Nogueira: o humor serve para mais do que rir?
    Jul 21 2025

    Neste episódio do Perguntar Não Ofende, recebemos Bruno Nogueira, figura incontornável do humor em Portugal. A conversa parte dos limites do humor, mas rapidamente avançamos para algo mais profundo: qual é, afinal, a função social, política e cultural do humor? Tem de ter uma? Ao longo do episódio, revisitamos os marcos principais de duas décadas de carreira de Bruno, do Curto-Circuito ao stand-up, dos Contemporâneos ao Último a Sair, passando pelo fenómeno Deixem o Pimba em Paz, ao inesperado sucesso do talk-show confinado no Instagram, durante a pandemia, Como é Que o Bicho Mexe?, até à série Ruído. Mas esta não é uma entrevista biográfica. Falamos do sentimento de perseguição que atravessa muitos humoristas, sobretudo os mais bem-sucedidos, e da contradição entre essa perceção e o espaço sem precedentes que o humor hoje ocupa. Discutimos o sketch final do “Ruído” e os ecos da justiça como nova forma de censura, como no caso da Joana Marques, ou da cartoonista Cristina Sampaio. Afinal, o humor é uma ameaça ou está só a ser levado (finalmente) a sério? Bruno reflete também sobre o poder do humor e as suas responsabilidades: existe uma ética do humor? Quem tem graça também tem de saber ouvir? É um espaço de crítica ou só uma forma de escapar à realidade? Da música popular à sátira política, dos podcasts aos palcos esgotados, Bruno fala sobre a tensão entre arte e entretenimento, e sobre como tenta manter-se fiel à vontade de experimentar, mesmo com o conforto que o sucesso já poderia garantir. É uma conversa sobre risco, criatividade e sobre o lugar que o humor pode (e talvez deva) ocupar no espaço público.

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    1 hora e 26 minutos
  • Daniel Pinéu: o que mudou com o ataque ao Irão?
    Jun 24 2025

    Na manhã de 24 de junho, num contexto marcado por instabilidade crescente e um frágil cessar-fogo, recebemos Daniel Pinéu para analisar os impactos geopolíticos do ataque israelita ao Irão. Especialista em relações internacionais, Pinéu é professor e investigador na Universidade de Amesterdão, com um percurso académico que passa pelos EUA, Alemanha e Paquistão, onde aprofundou o conhecimento da complexa dinâmica do Médio Oriente. O episódio centra-se na recente ofensiva militar de Israel contra o Irão, desencadeada sob o argumento da iminente ameaça nuclear. Netanyahu, com o apoio tácito dos EUA, parece ter avançado com um plano mais vasto: desestabilizar os vizinhos, consolidar o poder regional e eliminar qualquer possibilidade de um Estado palestiniano. Discutimos também a erosão da ordem internacional, o papel ambíguo da ONU e o silêncio cúmplice das grandes potências perante alegações de genocídio em Gaza. O episódio aborda o papel de Trump, a possível retirada do Irão do Tratado de Não Proliferação Nuclear, e o impacto desta escalada no equilíbrio geoestratégico global, com destaque para o posicionamento cauteloso da China e da Rússia. Num mundo onde a guerra parece uma constante, Daniel Pinéu ajuda-nos a perceber se ainda há espaço para soluções diplomáticas ou se estamos perante uma mudança irreversível na arquitetura internacional. Este é um episódio urgente, gravado num dos momentos mais voláteis da política mundial recente.

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    1 hora e 21 minutos