Episódios

  • Madalena Sá Fernandes (parte 2): “O autor usa uma lupa sobre o mundo. Gosto de escrever sobre o minúsculo. Como Manoel de Barros, prefiro insetos a aviões”
    Aug 23 2025

    Nesta segunda parte da conversa do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, a escritora e cronista Madalena Sá Fernandes fala dos seus próximos livros, do que lá vai dentro e de como escreve contra o relógio, contra o ruído, contra a dispersão, e como cada parágrafo exige uma negociação com a vida prática. Discorre também sobre a importância do silêncio, da solidão e dos retiros de escrita, momentos raros de fuga às rotinas da maternidade e outros compromissos que lhe devoram o tempo. E dá conta de como ninguém está a salvo de repetir padrões familiares, como chegou a acontecer consigo numa relação amorosa abusiva que viveu há uns anos, já na idade adulta. Um tema sobre o qual Madalena promete refletir mais na sua literatura. A escritora revela estar a viver uma fase mais luminosa e assume vivenciar a alegria como um ato de resistência. A autora desvela como vive a angústia da crónica em branco e como a tragédia dos fogos no país chegou a atingir uma parte da família, que viu o seu ganha pão destruído. No final, Madalena partilha as músicas que a acompanham e lê um excerto de um dos seus autores preferidos. Boas escutas!

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    47 minutos
  • Madalena Sá Fernandes (parte 1): “Os maiores vilões são pessoas sedutoras e carismáticas de que toda a gente gosta. Muitas vezes somos atraídos para eles”
    Aug 22 2025

    Cresceu num ambiente de violência doméstica com um padrasto agressor, tema que atravessa o seu primeiro livro, “Leme”, editado em 2023, num registo de autoficção. Esse romance tornou-se um fenómeno de popularidade: já vai na 8ª edição, foi traduzido no Brasil e chegará também à Dinamarca e à Argentina. Em 2024, Madalena Sá Fernandes publicou “Deriva”, uma compilação de crónicas, que lhe permitiu revelar um lado mais humorístico sobre o quotidiano. De momento, a escritora está a terminar um mestrado, prepara um livro para crianças, motivada por ser mãe de duas meninas de 6 e 7 anos, e escreve um novo romance, que terá um lado ensaísta e autobiográfico, sobre a experiência da violência na pele enquanto mulher adulta. “Tenho procurado transformar o que dói em linguagem, e encontrar aí sobrevivência e, idealmente, beleza.” Ouçam-na nesta primeira parte da conversa com Bernardo Mendonça.

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    1 hora e 24 minutos
  • Rita Cabaço (parte 2): “Gostava muito que a minha filha passasse pelo aborrecimento, que pode ser muito criativo. Mas atualmente isso é difícil, as crianças são hiperestimuladas com os ecrãs”
    Aug 16 2025

    Nesta segunda parte do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, a atriz Rita Cabaço fala dos desafios, medos e inquietações da maternidade, revela o tanto que andou até aqui chegar e de como gere atualmente a exaustão, por “não querer perder pitada”, e conta como é uma grande provocadora com as pessoas mais próximas, pregando-lhes por vezes partidas com a sua melhor ‘poker face’. No final, partilha algumas das músicas que a acompanham e lê um texto da professora e militante antifascista Margarida Tengarrinha, uma história que a ajudou a compor a personagem que interpreta no próximo filme de Marco Martins, “A Colónia”. Boas escutas!

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    1 hora e 6 minutos
  • Rita Cabaço (parte 1): “A tragédia vista com distância é profundamente cómica. Gosto de pensar no absurdo da vida. Somos todos profundamente absurdos”
    Aug 15 2025

    É uma das atrizes portuguesas mais interessantes, versáteis e talentosas. Se num dado trabalho nos comove, noutro leva-nos quase a deslocar o maxilar de tanto rirmos com o nível de absurdo, ridículo e hilário que atinge nas cenas de humor. Exemplo disso é a participação de Rita Cabaço na série “Ruído”, de Bruno Nogueira, na RTP, que a revelou ao país como grande atriz de comédia. Mas não só. A crítica já há muito que se rendeu à qualidade do seu trabalho. Basta escrever que este ano Rita foi distinguida como melhor atriz nos Prémios Sophia pela sua interpretação da personagem Milene no filme “O vento assobiando nas gruas”, realizado pela cineasta suíça Jeanne Waltz, a partir do romance de Lídia Jorge. Noutros palcos, Rita recebeu o Globo de Ouro e o Prémio Autores 2018, da SPA, para melhor atriz de teatro, pela sua interpretação na peça “A estupidez”, encenada por João Pedro Mamede. E, no ano passado, em 2024, voltou a ser distinguida com o mesmo prémio, da SPA, pelo seu trabalho na peça “Equador”, de Sílvio Vieira. Outros filmes onde Rita participa vêm aí, mas um dos grandes projetos da sua vida está a uma semana de se realizar: Rita vai ser mãe junto com a sua companheira, e chega a falar neste episódio dessa alegria e inquietação. E não deixa de refletir sobre os medos e revoltas que a acompanham, o que mais a move enquanto atriz, e de revelar a sua opinião sobre as tão badaladas balizas do humor.

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    1 hora e 29 minutos
  • Zeferino Coelho (parte 2): “As fórmulas são úteis. Mas provavelmente não dão boa literatura. Escolho estar do lado dos livros”
    Aug 9 2025

    Nesta segunda parte do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, o editor Zeferino Coelho, co-fundador da Caminho, assegura que ao longo da vida tem estado sempre do lado do livro e dos seus autores, em vez de seguir fórmulas que, a seu ver, dão bons resultados, mas provavelmente não dão boa literatura. Além da amizade com Saramago, fala aqui da relação próxima com vários outros escritores, que se tornaram seus cúmplices, como Sophia de Mello Breyner Andresen, Mia Couto, Alexandra Lucas Coelho, Patrícia Portela ou Joana Bértholo.

    E chega a partilhar o momento em que mandou parar as máquinas da gráfica, a pedido da poeta Sophia de Mello Breyner Andresen, para se alterar uma só palavra no poema “As ondas”. Depois explica porque é que acha que Sophia não foi devidamente compreendida e valorizada enquanto pensadora, além do reconhecimento da beleza da sua poesia.

    Zeferino Coelho aproveita ainda para ler um texto de Sophia, fala da sua relação com a escritora Ana Maria Magalhães, sua mulher e co-autora da colecção “Uma Aventura”, que já vendeu cerca de 9 milhões de exemplares na Caminho. Depois partilha algumas das músicas que o acompanham e revela as tantas coisas que prepara para editar em breve.

    Aos 80 anos, Zeferino mostra-se preocupado com o estado do mundo, e apostado em continuar a intervir na sociedade através da literatura. Boas escutas!

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    1 hora e 27 minutos
  • Zeferino Coelho (parte 1): “Está a preparar-se tudo para uma nova Guerra Mundial. Temos que nos manter lúcidos. Sinto que a estupidez subiu ao poder”
    Aug 8 2025

    Cresceu numa aldeia do norte, em Paredes, num país conservador, salazarista, com as janelas fechadas para o mundo. Em casa não tinha livros, mas logo aos 13 anos descobre o gosto pela leitura nas carrinhas da biblioteca itinerante da Gulbenkian, que lhe define a vida inteira. Comunista, viveu na clandestinidade na luta antifascista e, no final dos anos 70, integra a fundação da Caminho. É o único editor de uma obra de língua portuguesa distinguida com o Prémio Nobel da Literatura, uma distinção atribuída a José Saramago, em 1998. Na sua família de autores tem ainda 8 Prémios Camões. Nunca mais esquece a alegria do momento que fez o país crescer “três centímetros”. Eterno curioso, aos 80 anos não planeia reformar-se, e afirmar querer publicar e ler livros até ao fim. Ouçam-no nesta primeira parte da conversa com Bernardo Mendonça.

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    1 hora e 35 minutos
  • Sara Carinhas (parte 2): “A receita para resistir é continuarmos a ver a beleza nas coisas, sem perdermos a curiosidade sobre os outros”
    Aug 2 2025

    Nesta segunda parte do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, a atriz e encenadora Sara Carinhas começa por desmistificar a ideia de ser uma benção ou maldição ser filha de duas grandes figuras das artes. E revela como foi comovente acompanhar de perto os ensaios do novo solo ‘O Salvado’ da sua mãe, a bailarina e coreógrafa Olga Roriz. E como, aos 70 anos, a progenitora deu-lhe horizonte e ensinamentos sobre o que pode um corpo. Depois, Sara procura dar a sua receita infalível para respondermos e resistirmos neste mundo, com tantos desafios e atentados à liberdade e à democracia. A meio do episódio, Sara Carinhas partilha as músicas que a acompanham, lê um poema de Ana Luísa Amaral, e um texto seu escrito em resposta a esse. No final, revela o projeto de uma vida que está a preparar com Elsa, a sua companheira. E abre um pouco o livro da vida serena que o casal tem atualmente no Ribatejo e do que vem aí. Boas escutas!

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    1 hora e 24 minutos
  • Sara Carinhas (parte 1): “Falta-nos a todos escutar mais e saber fazer perguntas. É assim que descobrimos coisas. E falta-nos relação com o corpo”
    Aug 1 2025

    Após ter sido anunciada a extinção do Ministério da Cultura, dissolvido agora para um Ministério da Cultura, Juventude e Desporto”, a atriz e encenadora Sara Carinhas concebeu um vídeo-manifesto que viralizou rapidamente nas redes sociais, com vozes de várias pessoas artistas, rostos conhecidos do grande público, que questionavam como seria o mundo sem arte, rematando com a máxima: “A Cultura é casa inteira.” E, sobre isto, Sara deixa o alerta: “Quando se quer que as pessoas pensem menos, estejam menos informadas e menos livres no seu pensamento, a primeira coisa a sofrer é a cultura.” Inúmeras vezes premiada, com um largo trabalho no teatro, cinema e televisão, a atriz recentemente protagonizou a minissérie “Mulheres, às armas”, na TVI, e foi uma mulher colonialista no filme de época “Banzo”, de Margarida Cardoso. Ouçam-na nesta primeira parte da conversa com Bernardo Mendonça

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    1 hora e 7 minutos