Episódios

  • #170: A síndrome da boazinha: como a postura de agradar pode travar a carreira das mulheres
    Oct 13 2025

    Neste episódio do Mulheres Reais a especialista em aceleração de carreira Alli Bertotti alerta para os efeitos nocivos da chamada “síndrome da boazinha” no ambiente de trabalho. O comportamento de buscar agradar, assumir múltiplas tarefas e esperar reconhecimento espontâneo, explica, acaba funcionando como um verdadeiro teto de vidro: as mulheres se sobrecarregam, mas permanecem invisíveis nos processos de promoção e de aumento salarial. Segundo Bertotti, essa postura leva muitas profissionais a se tornarem “tarefeiras fazedoras”, acumulando funções além do escopo do cargo sem a devida valorização. O resultado é frustração, estagnação na carreira e diferença salarial ainda maior em relação aos homens. “O corporativo não recompensa apenas esforço; ele exige estratégia”, afirma. Para romper esse ciclo, Bertotti defende práticas como negociar salários, alinhar expectativas com gestores e assumir os próprios méritos, em vez de atribuir todos os resultados ao coletivo. Ela também recomenda ousadia para disputar vagas de liderança mesmo sem atender a todos os requisitos — algo que os homens fazem com frequência.

    O podcast Mulheres Reais é apresentado por Carolina Ercolin e Luciana Garbin e está disponível semanalmente em todas as plataformas de áudio.

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    12 minutos
  • #169: Dani Brandi: de voz do Waze à única mulher no comando de um telejornal policial
    Oct 6 2025

    Conhecida pela voz marcante que já guiou motoristas no Waze e em outros serviços e aplicativos, Dani Brandi hoje ocupa um espaço relevante na televisão brasileira: é a única mulher à frente de um telejornal policial em TV aberta no fim de tarde. Apresentadora do Tá na Hora, no SBT, ela combina a experiência no rádio e na publicidade com uma abordagem diferenciada das notícias de violência. “Não imaginava estar nesse lugar. Quando aconteceu, percebi que era um enfrentamento cultural. As pessoas não estavam acostumadas a ver uma mulher tratando de assuntos policiais”, disse, em entrevista ao podcast Mulheres Reais. Brandi afirma que busca transmitir as notícias com firmeza, mas também com reflexão e proximidade: “Eu não grito, prefiro conduzir de um jeito que faça o público pensar. É uma comunicação popular, que acolhe”. A jornalista também traz para a tela sua vivência pessoal com a violência doméstica, que acompanhou na infância: “Sempre que relato um feminicídio, lembro da minha mãe, grávida, apanhando do meu pai. Isso me marca e reforça a importância de falar todos os dias sobre o tema”.

    Antes da TV, Dani construiu carreira no rádio e em locuções comerciais. Sua voz ficou famosa não apenas nos aplicativos de navegação,como o Waze, mas também em shoppings, centrais de atendimento e até em elevadores. “Na época, eu só pensava na sobrevivência. Só mais tarde entendi a dimensão do que fazia”, conta. Hoje, ela se vê como parte de uma transformação lenta, mas necessária: “É possível fazer jornal policial sendo mulher, sem cair em estereótipos. O poder da fala feminina sempre existiu — agora precisa ser reconhecido”.

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    19 minutos
  • #168: Gabriella Di Laccio: Quem é a soprano brasileira que receberá honraria da coroa britânica?
    Sep 29 2025

    A soprano gaúcha Gabriella Di Laccio será oficialmente condecorada nesta terça, 30, pelo rei Charles III com o título de Membro da Ordem do Império Britânico (MBE), uma das mais importantes distinções concedidas pelo Reino Unido. O reconhecimento se deve à sua contribuição para a música e à defesa da igualdade de gênero no cenário artístico internacional. A honraria, que já foi concedida a nomes como os Beatles, Ed Sheeran, Adele e o chef Jamie Oliver, chega como coroação de um trabalho que Di Laccio iniciou em 2018 com a criação da Foundation Donne, dedicada a dar visibilidade a compositoras esquecidas ou invisibilizadas ao longo da história. “É uma emoção enorme, não apenas pelo título, mas por poder representar o Brasil e levar comigo as mulheres que sigo tentando dar voz através da minha carreira”, disse a artista.

    A trajetória que levou à condecoração começou quase por acaso, quando Gabriella encontrou uma enciclopédia dos anos 1980 que listava cerca de seis mil mulheres compositoras da música clássica. “Até então, eu havia cantado pouquíssimas obras de compositoras. Descobrir essa riqueza escondida foi como abrir uma caixa de Pandora que nunca mais se fecha”, relembra. Desde então, passou a incluir obras de mulheres em seus concertos e a estimular colegas a ampliar repertórios.

    O impacto de seu trabalho é global. Além de promover pesquisas inéditas sobre compositoras de diferentes épocas, a fundação já realizou ações de grande alcance, como o concerto de 26 horas transmitido ao vivo em 2020, que entrou para o Guinness World Records e reuniu mais de 100 artistas de diversos países executando apenas obras de mulheres e artistas não binárias.

    Di Laccio também tem se dedicado a aproximar o público brasileiro dessa memória musical, resgatando nomes como Chiquinha Gonzaga e estabelecendo parcerias com instituições culturais nacionais. “Quero que a fundação seja uma ponte para que as mulheres da América do Sul tenham mais presença e reconhecimento no cenário internacional”, afirmou.

    Ao receber o título em Windsor, a soprano soma mais um marco a uma carreira que já lhe rendeu o reconhecimento da BBC, que a incluiu na lista das 100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo.

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    15 minutos
  • #167: A juventude substituiu a meia-idade como a fase mais deprê da vida. E isso é dramático
    Sep 22 2025

    Nova pesquisa confirma que, entre todas as faixas etárias, agora são os jovens que estão relatando níveis mais altos de tristeza em todo o mundo. Há várias tentativas para explicar por que os jovens estão tão deprimidos. Falta de perspectivas no mercado de trabalho, uso excessivo de smartphones e redes sociais - em que todos parecem mais bonitos, ricos e felizes -, falta de sentido na vida, violência, solidão e um mundo assolado de incertezas são apenas algumas delas. O drama dos jovens é tema do Mulheres Reais desta semana, podcast apresentado por Carolina Ercolin e Luciana Garbin disponível em todas as plataformas de áudio

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    10 minutos
  • #166: Maternidade em cena com Wanessa Morgado
    Sep 15 2025

    Em entrevista ao Mulheres Reais, a atriz e comediante Wanessa Morgado destacou como o espetáculo Manhê!, em cartaz no Teatro UOL, em São Paulo, nasceu do desejo de refletir sobre maternidade e maternagem com humor e crítica social. Wanessa, que iniciou sua carreira no stand-up comedy nos anos 2000, em um grupo pioneiro formado por mulheres, avalia que hoje há mais espaço para que questões femininas sejam tratadas na arte. “Não saberia dizer se foi a vontade de falar sobre as dores e delícias do universo feminino que abriu mercado para nós, ou se foi a presença maior das mulheres em várias áreas que trouxe essa liberdade. Mas sinto que é um movimento conjunto”, afirmou. Para a atriz, esse avanço se reflete na coragem em compartilhar experiências antes silenciadas, como as dificuldades da maternidade. “Há pouco tempo não se ouvia uma mulher dizer que não teria filhos se pudesse voltar atrás. Hoje, mesmo que cause estranhamento, esse tipo de fala aparece. Isso mostra uma liberdade maior”, observou. O monólogo Manhê fica em cartaz até o fim de setembro, sempre às terças-feiras, às 20h, no Teatro UOL, com direção de Rafael Primot, assistência de Rodrigo Frampton e texto de Andréia Batitucci.

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    13 minutos
  • #165: Carlo Acutis, novo santo millennial, ajudará os católicos a resgatar jovens e combater ódio digital?
    Sep 11 2025

    O papa Leão XIV deve canonizar em 7 de setembro Carlo Acutis, o santo com chance de parecer mais “gente como a gente” dos últimos tempos. Diferentemente de outros santos de altar que viveram em tempos passados, ele parece bem mais próximo: morreu há menos de 20 anos na Itália, gostava de coisas cotidianas, como Nutella, está em vários vídeos e fotos, tem parentes e amigos conhecidos - a mãe, Antonia Salzano, por exemplo, já deu várias entrevistas. Quem o conheceu diz que sua vida foi um exemplo de como ser especial tendo uma rotina normal: gostava de coisas da sua idade, como esportes e videogame, mas classificava seus dias como uma bênção e pregava o caminho a Deus por meio da oração, da eucaristia e da caridade.

    O podcast é apresentado por Carolina Ercolin e Luciana Garbin e está disponível em todas as plataformas de áudio.

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    6 minutos
  • #164: E-mails às 6h, calls seguidos, jornada à noite: bem-vindos ao ‘dia de trabalho infinito’
    Sep 1 2025

    Quantas horas você trabalha por dia? Antigamente era mais fácil responder a essa questão. Geralmente a carga de trabalho estava relacionada ao tempo em que o funcionário permanecia no local de trabalho. E, se levasse muito trabalho pra casa, geralmente era motivo para parentes e amigos reclamarem. Com a tecnologia e o trabalho remoto, essa resposta, no entanto, foi ficando mais complexa.

    O podcast é apresentado por Carolina Ercolin e Luciana Garbin e está disponível em todas as plataformas de áudio

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    13 minutos
  • #163: Maria Piedade, a estrela que adiou a fama: Cantora da 'Era de Ouro' do rádio lança primeiro álbum aos 91 anos
    Aug 25 2025

    A história de Maria Piedade poderia ser mais uma entre tantas de talentos que surgem e se perdem no tempo. No entanto, sua trajetória de 91 anos, marcada por um sonho musical que foi adiado por sete décadas, se tornou uma fonte de inspiração. O lançamento de seu primeiro álbum de estúdio, com canções que interpretava na juventude, é a prova de que a paixão pela música nunca se apagou. “Eu nunca pensei nisso. Foram meus netos que decidiram me lançar agora, com 91 anos. Fiquei surpresa, agradecida, e a perspectiva foi enorme, porque as pessoas me aplaudiram, se manifestaram, me cumprimentando. É algo que passa e está passando na minha vida agora, depois de velha”, contou Maria Piedade, em entrevista ao Mulheres Reais.

    A cantora recorda com emoção o início da carreira: após concluir o magistério em Itapetininga, decidiu se mudar para São Paulo para estudar canto orfeônico e, ao participar do concurso da Rádio Nacional, superou 300 concorrentes e se tornou a “estrela do Quarto Centenário”. Apesar do reconhecimento, optou por interromper a carreira para constituir família, casando-se e dedicando-se à vida doméstica. “Naquela época, não dava para conciliar a família com a carreira. Vi que o ambiente das rádios não era adequado para uma jovem casada. Então, decidi voltar para Itapetininga e viver minha vida”, explicou.

    O álbum recém-lançado resgata o repertório que a consagrou na década de 1950. Segundo a neta, Bruna Caram, cantora e empresária, a obra reflete não apenas a carreira de Maria Piedade, mas a influência da matriarca sobre gerações inteiras da família: “Ela moveu a família toda em direção à música. Cresci achando que toda casa tinha um piano, tamanha era a musicalidade ao redor dela”, relembra Bruna.

    O podcast é apresentado por Carolina Ercolin e Luciana Garbin e está disponível em todas as plataformas de áudio.

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    18 minutos