Episódios

  • 141: Tchau, Rio
    Jun 25 2025

    Este episódio explica como as milícias cresceram, evoluíram e se tornaram uma parte do que é o Rio de Janeiro, e analisa como isso se relaciona com o restante do Brasil.

    Com a desculpa de combater a criminalidade durante os anos 60, policiais começaram a formar equipes para matar criminosos (ou supostos criminosos) das periferias e subúrbios. O primeiro destes grupos a se tornar conhecido foi a Scuderie Le Cocq, formada em 1964 por doze policiais que decidiram "fazer justiça" com as próprias mãos. A população gostou da ideia, e os grupos de extermínio cresceram.

    Esses grupos, hoje conhecidos como milícias, evoluíram e se modificaram com o tempo. Hoje, o leque de serviços é maior, e matar deixou de ser a única atividade comercial. O dinheiro pode vir do monopólio do gás, da TV a cabo, e da segurança, por exemplo. Milicianos cobram taxas de comerciantes e até de moradores, e o não pagamento delas é motivo para a violência.

    De acordo com levantamento feito pelo Instituto Fogo Cruzado e pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF), o número de áreas dominadas por milicianos cresceu 387% entre 2006 e 2021. Atualmente as milícias são o maior grupo criminoso do RJ, e são responsáveis por metade dos territórios sob controle do crime organizado. Não parece que há escapatória - a expansão pode até ir além do Rio.

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    #40: Mil dias de Marielle presente

    #81: Sobre chacinas e milícias

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    Como nasce um miliciano: A rede criminosa que cresceu dentro do Estado e domina o Brasil (link para compra)

    Entrevistados do episódio

    Cecília Olliveira

    Jornalista, pós graduada em Criminalidade e Segurança Pública pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Fundadora do Instituto Fogo Cruzado e cofundadora do The Intercept Brasil.

    Coronel Adilson Paes de Souza

    Tenente coronel da reserva da Policia Militar do Estado de São Paulo. Bacharel em direito, mestre em Direitos Humanos pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo. Autor do livro "O Guardião da Cidade".

    Ficha técnica

    Edição: Matheus Marcolino.

    Mixagem de som: Vitor Coroa.

    Trilha sonora tema: Paulo Gama

    Design das capas dos aplicativos e do site: Cláudia Furnari

    Produção, direção, roteiro e sonorização: Tomás Chiaverini


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    56 minutos
  • 140: O sol é para poucos
    Jun 11 2025

    Este episódio mergulha nas contradições de Balneário Camboriú, cidade conhecida por seus arranha-céus milionários, pela ostentação e pela desigualdade.

    Localizada no litoral catarinense, Balneário Camboriú foi apelidada de "Dubai brasileira". A cidade tem o metro quadrado mais caro do Brasil, forte presença de milionários, e é um dos destinos mais procurados pelos turistas do centro oeste do país.

    O luxo é o padrão em Balneário, e a ostentação não só é permitida como faz parte do convívio social.

    Congestionamento de carros importados para chegar a uma igreja evangélica, milionários que contratam mergulhadores para resgatar iPhones e médicos oferecendo harmonização íntima em outdoors são algumas das situações inusitadas que a jornalista Marie Declerq encontrou nos cinco dias que passou na cidade.

    Ao mesmo tempo, os edifícios de mais de 200 metros de altura encobrem a luz do sol - e uma desigualdade ferrenha. Enquanto Balneário Camboriú ocupa o segundo lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Santa Catarina, Camboriú, a cidade vizinha onde vivem muitos trabalhadores do balneário, registra apenas o 169º lugar.

    Este episódio de podcast faz um perfil da "Dubai brasileira", a cidade favorita dos milionários e dos corretores de imóveis, onde a luz do sol não é para todos.

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    #51: Coração rico bate mais tempo

    Entrevistados do episódio

    ⁠Eduardo Zanatta⁠

    Vereador em Balneário Camboriú pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Mestre em planejamento territorial pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

    Marisa Zanoni

    Doutora em educação, pedagoga e professora universitária. Ex-vereadora e ex-candidata à prefeita de Balneário Camboriú.

    ⁠Guilherme Pilger⁠

    Corretor de imóveis de luxo em Balneário Camboriú.

    Ficha técnica

    Produção e reportagem: Marie Declercq

    Edição: Matheus Marcolino.

    Mixagem de som: Vitor Coroa.

    Trilha sonora tema: Paulo Gama

    Design das capas dos aplicativos e do site: Cláudia Furnari

    Direção, roteiro e sonorização: Tomás Chiaverini



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    1 hora e 6 minutos
  • 139: Manual prático para saída à esquerda
    May 28 2025

    Este episódio analisa possíveis saídas para o campo democrático diante do avanço da extrema-direita no Brasil e no mundo.

    O avanço da extrema-direita com tendências autoritárias tem causado perplexidade no campo democrático, em especial, nos setores mais progressistas. Forças políticas tradicionalmente associadas à esquerda parecem incapazes de se opor de maneira eficiente e duradoura ao avanço de figuras como Donald Trump, Nayib Bukele e Jair Bolsonaro.

    Para tentar entender o que está por trás desse fenômeno e quais são as saídas para os setores democráticos e de esquerda, conversamos com quatro analistas políticos dividimos o episódio em três partes.

    Na primeira, são apresentados alguns dos fatores que que ajudaram a extrema direita a se estabelecer. Na segunda, o foco é na criação de um sistema paralelo de comunicação e no uso da desinformação como arma. E, na última, são apresentadas propostas para o futuro da esquerda e a manutenção da democracia.


    Mergulhe mais fundo

    ⁠Menos Marx, mais Mises: O liberalismo e a nova direita no Brasil (link para compra)

    ⁠⁠Limites da democracia: De junho de 2013 ao governo Bolsonaro (link para compra)⁠

    O pobre de direita: A vingança dos bastardos (link para compra)


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    #71: Por que votam no mito?

    #79: Os pobres de direita e o futuro da política

    #126: O futuro(?) com Trump


    Entrevistados do episódio

    ⁠Jessé Souza⁠

    Sociólogo e escritor. Autor de livros como "A elite do atraso" e "O pobre de direita: A vingança dos bastardos".

    Marcos Nobre

    Cientista político, professor do departamento de filosofia da Unicamp e pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Autor de "Limites da Democracia", "Como nasce o novo" e "Imobilismo em movimento".

    ⁠Isabela Kalil⁠

    Antropóloga, professora de Ciência Política na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) e coordenadora do Observatório da Extrema Direita.

    ⁠Camila Rocha⁠

    Doutora em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP), diretora científica do Centro para Imaginação Crítica (CCI) do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Finalista do Prêmio Jabuti com o livro "Menos Marx mais Mises. O liberalismo e a nova direita no Brasil".


    Ficha técnica

    Produção e edição: Matheus Marcolino.

    Mixagem de som: Vitor Coroa.

    Trilha sonora tema: Paulo Gama

    Design das capas dos aplicativos e do site: Cláudia Furnari

    Direção, roteiro e sonorização: Tomás Chiaverini

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    1 hora e 16 minutos
  • 138: Sobre jornalistas e torturadores
    May 14 2025

    Este episódio de podcast é uma conversa com a jornalista e escritora Juliana Dal Piva, gravada no Festival Literário Internacional de Poços de Caldas (Flipoços), em maio de 2025.

    Entre os temas da conversa estão os desafios de se entrevistar torturadores, o que se sabe hoje sobre o assassinato e a ocultação do corpo de Rubens Paiva, e como o retorno desse caso aos holofotes impacta as tentativas de responsabilizar militares torturadores e assassinos, que até hoje seguem impunes.

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    ⁠Crime Sem Castigo (link para compra)⁠

    Entrevistada do episódio

    Juliana Dal Piva

    Jornalista e escritora. Apresentadora do podcast A Vida Secreta de Jair e autora dos livros "O Negócio do Jair" e "Crime Sem Castigo".


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    1 hora e 19 minutos
  • 137: Os segredos psicodélicos da Jurema Sagrada
    Apr 30 2025

    Este episódio fala sobre a Jurema, uma planta alucinógena que originou uma religião indígena e que pode revolucionar o tratamento da depressão.

    Na seiva da Jurema corre uma substância chamada N, N-dimetiltriptamina - a DMT, que acredita-se ser uma das responsáveis pelos nossos sonhos. Ela também está presente na ayahuasca, que, quando ingerida, pode provocar alucinações.

    A Jurema, porém, vai muito além do seu potencial alucinógeno e se diferencia de outras plantas parecidas. Ela é a protagonista de uma religião ancestral, que se misturou a cultos de matriz africana e passou anos escondida.

    Neste episódio de podcast, falamos sobre como uma substância psicodélica, que tem o potencial de revolucionar o tratamento de depressão, deu origem a um conjunto de crenças e rituais que se constituem numa das religiões mais brasileiras que existem.

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    ⁠A Ciência Encantada de Jurema (link para compra)⁠

    Entrevistados do episódio

    ⁠Marcelo Leite⁠

    Jornalista de ciência e ambiente, colunista da Folha de S. Paulo, autor de “Psiconautas - Viagens com a Ciência Psicodélica Brasileira”.

    ⁠Luiz Assunção⁠

    Doutor em antropologia e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

    ⁠Draulio Araujo⁠

    Professor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Sua atuação é focada nos estudos de alteração de consciência provocados pela ayahuasca e o potencial da substância como antidepressivo.

    ⁠Rodrigo Grünewald⁠

    Antropólogo e professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Autor do livro "Jurema".

    Ficha técnica

    Produção e edição: Matheus Marcolino.

    Mixagem de som: Vitor Coroa.

    Trilha sonora tema: Paulo Gama

    Design das capas dos aplicativos e do site: Cláudia Furnari

    Direção, roteiro e sonorização: Tomás Chiaverini

    Cânticos entoados por: Joanah Flor e Thulny Fulni-ô

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    1 hora e 9 minutos
  • 136: Quer apostar?
    Apr 16 2025

    Este episódio mergulha no universo das apostas esportivas e tenta entender o fenômeno das bets no Brasil.

    As bets foram eleitas pela opinião pública como as grandes vilãs do Brasil. De acordo com o Banco Central, beneficiários do Bolsa Família depositaram R$3 bilhões em casas de apostas somente em agosto de 2024. Foram 5 milhões de pessoas apostando, 10% das mais de 50 milhões beneficiadas pelo programa.

    Os números são alarmantes, e, ao menos desde 2018, as casas de aposta vêm ganhando muito dinheiro dentro do nosso país. Apesar disso, a discussão sobre o mercado de apostas no Congresso e na sociedade civil pouco avançou desde 2018, quando as apostas foram legalizadas em território nacional.

    Se 80% dos apostadores ficam no prejuízo, por que tantos seguem apostando? Como o Brasil, de acordo com pesquisa da H2 Gambling Capital, se tornou o sétimo maior mercado de apostas no planeta?

    Neste episódio de podcast, fazemos um mergulho no universo das apostas esportivas, e buscamos entender o porquê de os humanos se interessarem por apostas.

    Mergulhe mais fundo

    ⁠Em busca de mais excitação: reflexões acerca das apostas esportivas (link para o artigo)⁠

    Entrevistados do episódio

    ⁠Fernando Resende Cavalcante⁠

    Doutorando em educação física pela Universidade de Brasília (UNB). Autor do artigo "Em busca de mais excitação: reflexões acerca das apostas esportivas".

    ⁠Daniel Leite⁠

    Apostador esportivo profissional. Criador do "Guia das Apostas".

    Ficha técnica

    Produção e edição: Matheus Marcolino.

    Mixagem de som: Vitor Coroa.

    Trilha sonora tema: Paulo Gama

    Design das capas dos aplicativos e do site: Cláudia Furnari.

    Direção, roteiro e sonorização: Tomás Chiaverini


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    57 minutos
  • 135: Neide Rigo contra o kiwi-banana
    Apr 2 2025

    Este episódio parte de golpes com frutas inexistes e ataques a hortas urbanas para mergulhar na nossa relação com aquilo que comemos.

    O Mercado Municipal de São Paulo já foi um importante entreposto de alimentados da cidade. Hoje, sobrevive como marco arquitetônico e também como armadilha para turistas que caem no conto do sanduíche de mortadela ou na lábia dos vendedores de fruta que cobram preços proibitivos.

    A partir de uma incursão neste espaço, a jornalista de gastronomia Priscila Pastre investiga como o golpe da fruta do mercadão se relaciona com ataques a uma horta urbana. E reponde o que, afinal, é o famigerado kiwi-banana.


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    Comida Comum – Neide Rigo (Link para compra)


    Entrevistados do episódio

    Luis Fernando Revers

    Doutor em Ciências Biológicas e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).


    Neide Rigo

    Nutricionista, agricultora urbana e escritora.


    Ficha técnica

    Reportagem: Priscila Pastre

    Produção e apoio de edição: Matheus Marcolino.

    Mixagem de som: Vitor Coroa.

    Trilha sonora tema: Paulo Gama

    Design das capas dos aplicativos e do site: Cláudia Furnari.

    Direção, roteiro e edição: Tomás Chiaverini


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    1 hora e 6 minutos
  • 134: Los golpistas fujones
    Mar 18 2025

    Este episódio acompanha a viagem de um repórter para a Argentina, em busca dos golpistas de 8 de janeiro.

    Dois anos após a tentativa de golpe em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023, o gabinete do ministro Alexandre de Moraes divulgou que 898 pessoas foram responsabilizadas criminalmente pelos atentados contra a democracia. Dos condenados, 371 tiveram penas com restrição de liberdade.

    O problema é que só pouco mais da metade deles foram presos, enquanto o restante está na condição de foragido da justiça. A Argentina, governada pelo extremista de direita Javier Milei, é o destino favorito.

    E apesar de um juiz argentino já ter acatado o pedido do Brasil e emitido mandados de prisão contra boa parte desses foragidos, apenas cinco foram presos.

    Neste episódio de podcast, fruto da parceria entre a Rádio Escafandro e o The Intercept Brasil, o repórter Paulo Motoryn viaja à Argentina para fazer o que a polícia de Milei não tem sido capaz: encontrar os golpistas condenados pelo 8 de janeiro.

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    #129 - Os generais salvaram a pátria?

    Entrevistados do episódio

    Rafael Mafei

    Advogado e professor de direito da Universidade de São Paulo (USP) e da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Autor do livro “Como remover um presidente: história e prática do impeachment no Brasil".

    Ficha técnica

    Reportagem em Buenos Aires: Paulo Motoryn

    Captação de áudio em Buenos Aires: Anita Pouchard Serra

    Produção e apoio de edição: Matheus Marcolino.

    Mixagem de som: Vitor Coroa.

    Trilha sonora tema: Paulo Gama

    Design das capas dos aplicativos e do site: Cláudia Furnari.

    Direção, roteiro e edição: Tomás Chiaverini


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    1 hora e 5 minutos