Episódios

  • DA RIXA AO RANÇO
    Jun 5 2025

    ficar de bode, enjoar, pegar antipatia, ou birra, peguei ar. tem certas pessoas que despertam aversão de cara, ou um tipo de raiva, desprezo e até repulsa. às vezes você sabe muito bem por quais razões isso acontece, mas em alguns casos você não faz a menor ideia. e no meio dessa ciranda de afetos, uma certeza parece inabalável e irreversível: você pegou ranço.

    a palavra "ranço" vem do latim “rancidus”, que significa "gordura ou manteiga estragada" — ou seja, é aquela coisa que passou do ponto, oxidou, e começou a exalar um cheiro forte e desagradável. ranço definitivamente não é indiferença, e persiste com o tempo.

    enquanto a rixa até parece que tem explicação, o bode pode vir de uma pessoa que basicamente não te fez nada, ou que você nem conhece direito — ela só é quem ela é. o jeito irrita, a presença incomoda, dá até preguiça de conviver ou chegar perto pra conhecer.

    é basicamente uma sensação de querer eliminar pessoas do nosso círculo social ou mesmo do nosso campo de visão. será que a gente anda tendo menos tolerância para lidar com os outros? e o que podemos fazer com essas rixas e ranços que nos atravessam?

    para expandir a nossa escuta sobre esse tema, convidamos a escritora, podcaster e fundadora da plataforma Obvious, Marcela Ceribelli.


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    pesquisa, roteiro e apresentação: André Alves e Lucas Liedke

    produção: Fernanda Ogasawara

    edição e montagem: Jessica Correa

    arte: Gustavo Jácome


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    Introdução à obra de Melanie Klein — Hannah Segal

    Bom dia, obvious — Intimidade Sintética (com André Alves)

    Why you're lonely — Robert Putnam (entrevista New York Times)

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    58 minutos
  • INTIMIDADES SINTÉTICAS
    May 13 2025

    o filme Her (Ela), de 2013, onde um escritor se apaixona por sua assistente virtual, nunca pareceu tão atual. e é muito curioso pensar que a ficção futurista se passa exatamente em 2025.

    segundo o Institute of Family Studies, 1 em cada 4 jovens adultos acha que namorados/as gerados por IA podem vir a substituir o romance na vida real. e uma pesquisa da Talk, mostrou que 31% dos brasileiros acreditam que as pessoas deveriam ter o direito de casar com uma IA. enquanto isso, a OpenAI (criadora do ChatGPT) alega uma suposta preocupação sobre usuários que estão se tornando emocionalmente dependentes de IAs.

    mas o problema também está aqui entre nós, pois as relações entre humanos não andam nada bem. não só estamos sofrendo de solidão e nos relacionando menos, mas nossa saúde social é cada vez mais atravessada e intermediada pelas lógicas bastante nocivas das ferramentas digitais. conquistar e cultivar intimidade se tornou um desafio do nosso tempo.

    para expandir a nossa escuta sobre esse tema, convidamos a psicanalista e pesquisadora de relacionamentos Carol Tilkian do projeto Amores Possíveis.


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    pesquisa, roteiro e apresentação: André Alves e Lucas Liedke

    produção: Fernanda Ogasawara

    edição e montagem: Jessica Correa

    arte: Gustavo Jácome


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    Reinvenção da Intimidade — Christian Dunker

    Your A.I. Lover will change you — The New Yorker

    O amor rasteiro das máquinas inteligentes — Deivison Faustino (Outras palavras)

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    1 hora e 15 minutos
  • CAFÉ COM DEUS PSICANÁLISE
    Apr 15 2025

    a religião pertence ao campo das ilusões? a fé é um mecanismo de alienação psíquica?

    na psicanálise, Freud não diz que Deus não existe, mas nos convida a pensar em como a religião é uma espécie de neurose coletiva — uma doutrina que pode nos guiar e orientar em direção à transcendência e espiritualidade… ou nos aprisionar em um modelo de controle social ou mesmo em uma mentalidade de seita; até porque toda religião sempre envolve um exercício de poder.

    para complicar, os períodos de grandes incertezas e instabilidade são conhecidos pelo aumento do apelo às religiões, ainda mais no Brasil, onde 90% da população (Ipsos) acredita que Deus ajuda a superar crises.

    esse é um pacto coletivo que assegura nossa inserção na cultura e na civilização, e que tenta proteger o ser humano do desamparo existencial. ao mesmo tempo, sabemos que a religião também pode servir justamente para fazer uso e tirar aproveitar do nosso desamparo. aí realmente… é aquele Deus nos acuda.


    * para expandir a nossa escuta sobre esse tema, convidamos a economista e ativista Alessandra Orofino do podcast Calma Urgente e o psicanalista e professor no Instituto de Psicologia da USP, Gabriel Binkowski.


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    O Futuro de uma Ilusão — Freud

    Religião e psicanálise - Gabriel Binkowski, Edin Abumanssur, Eduardo Silva (Orgs)

    A fé e o fuzil: Crime e religião no Brasil do século XXI — Bruno Paes Manso

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    1 hora e 24 minutos
  • MAL-ESTAR NA ADOLESCÊNCIA
    Mar 27 2025

    ser adolescente nunca foi fácil. é o furacão de hormônios, as inseguranças da sexualidade, a pressão dos pais, da escola, dos amigos, da vida social. e, no meio de tudo isso, ainda ter que decidir o que fazer da vida (/do futuro). é uma fase inevitável de angústias, incertezas e novos sintomas.


    só que o estado atual do mundo tem intensificado ainda mais esse caldeirão pulsional. a juventude é, afinal, a esponja do mundo. ou seja, absorve e intensifica as características mais potentes — ou mais destrutivas — do espírito do tempo.


    por isso mesmo, ser adolescente hoje vem com uma camada extra de pressão: do sucesso na internet à busca pela beleza perfeita. do desempenho máximo ao sonho de se tornar bilionário. e, claro, a responsabilidade de salvar o mundo. e assim, uma etapa da vida que é fundamentalmente sobre experimentação pode se tornar uma experiência desafiadora de inadequação.


    das crises de saúde mental ao bullying e episódios de violência, adolescer nos tempos atuais é uma condição de mal-estar. ainda mais quando a sopa de letras da teoria geracional insiste em propagar estereótipos e preconceitos. sim, a juventude atual merece mais do que um diagnóstico de “geração perdida”.


    para expandir a nossa escuta sobre esse tema, convidamos o comunicador e pesquisador o Matheus Sodré e o psicanalista e também pesquisador Sandro Cavallote.

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    * esse episódio tem o apoio da Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco, bandeiras do Grupo DPSP, que se dedicam ao cuidado com a saúde e bem-estar, e que entendem que saúde mental também é uma parte essencial da qualidade de vida.


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    Esse Sujeito Adolescente — Sonia Alberti


    Documentário Social Studies


    Geração Quarto — Hugo Monteiro


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    1 hora e 13 minutos
  • CULTO AO AUTOCONTROLE
    Mar 11 2025

    estudar mais. trabalhar melhor. retomar a dieta. parar de fumar. praticar exercícios físicos. dormir e acordar na hora certa…é tudo uma questão de disciplina e força de vontade? se você acredita que sim, parabéns! você é seguidor do CULTO AO AUTOCONTROLE.


    em um tempo tomado pelo desempenho, a internet e a cultura estão cheias de abordagens, métodos, conteúdos e objetos culturais que prometem sucesso e bom desempenho, desde que o sujeito contemporâneo seja muito dedicado, rigoroso.. e, claro, consiga dominar tudo o que sente e faz.


    na tentativa de lidar melhor com essa crescente demanda por autocontrole, recorremos aos campos da Inteligência Emocional, Estoicismo, Terapia da Aceitação e Compromisso, Neurociência, Hábitos Atômicos, Detox e Menus de Dopamina… e tantas outras abordagens e discursos.


    ironicamente, o que não falta são queixas de falta de foco e procrastinação. daí o que o sujeito do CULTO AO AUTOCONTROLE faz? mergulha em frustração, culpabilização, vergonha e doses implacáveis de autocrítica. uma busca pela melhor versão que, geralmente, não acaba nada bem.


    não dá pra viver no descontrole , mas também não vai dar pra só alimentar uma contínua guerra contra si mesmo. e para nos ajudar a elaborar esse tema, convidamos o Thiago Guimarães, que você talvez conheça como Ora Thiago, o canal em que ele fala sobre cultura pop e comportamento.


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    * esse episódio tem o apoio da Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco, bandeiras do Grupo DPSP, que se dedicam ao cuidado com a saúde e bem-estar, e que entendem que saúde mental também é uma parte essencial da qualidade de vida.


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    Against Self-Criticism — Adam Philips


    A estetização do mundo, Gilles Lipovetsky e Jean Serroy


    PRODUTIVIDADE (em tempos de IA)



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    1 hora e 10 minutos
  • O SILÊNCIO DO ABUSO
    Feb 20 2025

    existem dores e machucados que você enxerga… como um hematoma ou uma cicatriz na pele. tem outras que se escondem na nossa alma. são as feridas que povoam nossa mente… e que muitas vezes nos silenciam, e a gente já nem sabe como tentar se curar ou pedir ajuda.

    abusøs e assédiøs acontecem de muitas formas: no físico, psicológico, no verbal, não-verbal. um toque não consentido, uma palavra que humilha, um segredo que nos corrói por dentro. esse é um mal mais comum do que se pensa, que se infiltra em espaços onde deveria existir segurança — na nossa casa, no ambiente de trabalho, na escola, no transporte público, nas nossas relações com estranhos que acabamos de conhecer… ou com pessoas muito muito… íntimas.

    falar mais sobre esse tema tão difícil é imprescindível porque precisamos nos educar, nos fortalecer, desconstruir mitos e medos. e romper com o pacto de silêncio que encobre a violência. é dar suporte a quem precisa, criar redes de acolhimento, fortalecer leis que possam proteger e punir.

    e, acima de tudo, é preciso falar mais e escutar mais — sem invalidar, sem minimizar. quando um relato desses encontra espaço, quando uma vítima é vista e acreditada e protegida, o ciclo começa a se romper. e, um dia, talvez… O Silêncio do ABUSO se transforme em justiça e cura.


    para expandir nossa escuta e trazer vozes femininas importantes para essa conversa, contamos com as participações da psicanalista Ana Laura Prates e da jornalista e escritora Milly Lacombe.


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    produção: Fernanda Ogasawara

    captação, edição e montagem: Jessica Correa

    arte: Gustavo Jácome


    * esse episódio tem o apoio da Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco, bandeiras do Grupo DPSP, que se dedicam ao cuidado com a saúde e bem-estar, e que entendem que saúde mental também é uma parte essencial da qualidade de vida.


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    Por que o homem comum estupra? — Vera Iaconelli

    O corpo guarda as marcas: Cérebro, mente e corpo na cura do trauma — Bessel van der Kolk

    Ferenczi — Christian Dunker

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    1 hora e 18 minutos
  • SAUDADE DO FUTURO
    Dec 26 2024

    as emoções dessa época de virada do ano sempre nos provocam a pensar no nosso grau de impotência (ou impossibilidade) perante o futuro. afinal, o que está nas nossas mãos para repetir, mudar ou simplesmente deixar ir?


    já faz tempo que muitos teóricos e autores chamam atenção para uma noção de futuro obscuro na contemporaneidade; uma espécie de colapso da capacidade humana de imaginar e projetar futuros desejáveis para o sujeito e para o coletivo.


    e é entre sentimentos ambíguos de nostalgia, esperança, medo, grandes expectativas e frustrações, que chegamos nessa hora mágica de encarar nossos sonhos e desejos e se lançar à incerteza do amanhã.


    para ampliar o entendimento sobre essas passagens temporais, contamos com a participação do Renato Noguera, doutor em filosofia pela UFRJ, professor, autor de diversos livros, e pesquisador do Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas.



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    produção: Fernanda Ogasawara

    captação: Zamunda

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    Depois do Futuro — Franco Berardi


    Revista Cult — O lento cancelamento do futuro


    O desaparecimento dos rituais: Uma topologia do presente — Byung-Chul Han

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    1 hora e 4 minutos
  • CYBERCONDRIA
    Dec 3 2024

    você sofre de medo ou preocupação excessiva com doenças? e como os conteúdos sobre saúde, diagnósticos e tratamentos intensificam esses sentimentos?


    hipocondria é um nome um tanto problemático para fazer referência a um tipo de transtorno psíquico de ansiedade que faz o sujeito sofrer da dúvida ou certeza de doenças que não consegue identificar ou tratar.


    mas o que acontece quando esse fenômeno é potencializado por uma condição cronicamente online — marcada pelo ritmo algorítmico do conteúdo, por uma crescente onda de médicos creators e influenciadores que têm suas próprias doenças como vertical editorial? nesse contexto hipermidiático, os efeitos psicossomáticos desse mal-estar podem ser ainda mais perigosos.


    para expandir a escuta nesse tema tão complexo, contamos com as falas dos psicanalistas Rubens M. Volich e Mario Eduardo Costa Pereira.


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    Impasses da alma, desafios do corpo: Figuras da hipocondria — Rubens M. Volich


    A Body Made of Glass: A Cultural History of Hypochondria — Caroline Crampton


    As formas corporais do sofrimento: a imagem da hipocondria — Maria Helena Fernandes

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    1 hora e 1 minuto