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Um patriota com grandes ideias para tornar o Brasil um grande país. É assim que Policarpo Quaresma se enxerga, mas seu fanatismo serve apenas de fundo para planos mirabolantes de nenhuma eficiência. Um retrato atrapalhado e cômico dos exageros de um personagem confuso, mas de bom coração.

Este delicioso conto de Lima Barreto tem como pano de fundo a Argélia do início da exploração francesa. E conta a história do jovem Hussein Ben-Áli Al-Bálec, "vaidoso, presunçoso, ávido (...), somítico e avaro" e seu tio Miqueias Habacuc, em nada melhor que o sobrinho. Juntos, eles dão um golpe na família e na população do vilarejo em que viviam, deixando todos na miséria – menos um tio que não era ganancioso.

Romance inacabado de Lima Barreto, O Cemitério dos Vivos foi escrito durante o segundo período no qual o autor foi paciente do Hospital de Alienados, no Rio de Janeiro. Narra a história de Vicente Mascarenhas, personagem, como seu autor, alcóolatra e internado duas vezes em um hospital psiquiátrico. Relatando sua juventude, seu casamento, a morte da esposa e a consequente entrada no hospício, o romance faz considerações pungentes acerca do manicômio e da relação da sociedade com a loucura.

Em Não as matem, Lima Barreto levanta a questão do feminicídio, comentando notícias do início do século XX, como o caso de um rapaz de Deodoro, subúrbio do Rio de Janeiro, que tentou matar sua ex-noiva e se suicidou em seguida, e de outro homem que, no Carnaval, atirou sobre a ex-noiva, matando-a, e depois cometeu suicídio. A moça, com a bala na espinha, veio a morrer dias depois, entre intensos sofrimentos.

De uma atualidade pungente, esta é uma das mais aclamadas obras de Lima Barreto. Em "Clara dos Anjos", o autor conta como Clara e Júlio – ela uma garota sonhadora, ele um artista –, enfrentam os preconceitos da sociedade da época, marcada pela forte divisão de classes sociais.

Bailes e divertimentos suburbanos, O nosso esporte e De Cascadura ao Garnier reúnem três crônicas marcantes de Lima Barreto. Em Bailes e divertimentos suburbanos, o autor traça um paralelo entre as festas da burguesia carioca e os animados bailes dos subúrbios, destacando as diferenças sociais e culturais. Já em O nosso esporte, Lima Barreto critica a crescente popularidade do futebol, que começava a dominar os jornais, em detrimento de outros assuntos mais relevantes.

No bairro carioca do Andaraí, dona Sebastiana e Feliciano Campossolo Nunes, chefe de seção do Tesouro Nacional, tentam arranjar pretendentes para a filha Mariazinha, uma jovem bonita de 20 anos. Entre os pretendentes, o mato-grossense Fortunato Guaicuru, um bacharel de direito vaidoso e cheio de artifícios para impressionar, e o carioca Simplício Fontes, um rapaz simples, honesto e dedicado ao seu trabalho.

Enquanto decorre sobre sua formação escolar, o narrador destaca a disputa de meninas para a entrada na Escola Normal, a dificuldade do processo seletivo. Barreto critica a falta de estabelecimentos destinados ao ensino secundário para as mulheres e sugere que se amplie o número de escolas para atendê-las. No segundo conto, ele critica a predominância do título de "doutor" na sociedade brasileira, destacando como monopolizam posições e privilégios. Barreto aborda uma crescente teocracia doutoral.

"Precisa-se de um professor de língua javanesa." A partir deste anúncio Castelo, indivíduo em um momento de miséria, decide se apresentar como professor de javanês. Sem qualquer conhecimento da língua, ele estuda freneticamente sobre Java e seu idioma nativo para enganar o cliente. Alimentando-se do fascínio de todos quanto à sua suposta extraordinária habilidade, Castelo constrói uma bem sucedida carreira a partir do engodo criado, ironizando a valorização de aparências sobre competência.

Na fictícia República da Bruzundanga, o imperador dom Sajon governa com modéstia, promovendo bem-estar popular, mas a ascensão dos Hjanlhianes ao poder gera corrupção, miséria e decadência. Após o assassinato do príncipe dom Henrique, surgem profecias sobre seu retorno, o que estimula uma revolta contra a opressão dos Hjanlhianes.

A história da mulher do Anacleto, que depois de morta, consegue se vingar do marido, o qual entregou-se à bebida e jogo, fazendo com que a mesma, abandonasse o lar e morresse em praça pública.

"A intensa vida sexual arredondou-lhe as formas, disfarçou as arestas e as anfractuosidades – emprestou-lhe beleza" – o tom cru da descrição naturalista comanda essa narrativa excepcional de Lima Barreto, que tem por protagonista a infeliz Adélia, vítima da sociedade em que vive. Em "Sua excelência", por sua vez, o que o leitor encontra é um exemplo ancestral da literatura fantástica, em que o devaneio de um cocheiro e a vaidade de um ministro se misturam.

Este livro reúne três contos magistrais de Lima Barreto, cujos temas transitam entre a crítica social, com destaque para as crendices populares que eram vivas na virada do século XIX para o século XX, e a crítica específica à classe política. São estes os contos aqui reunidos: "Uma opinião de peso", "O destino do Chaves" e "O poderoso Dr. Matamorros".

"O doutor Gedeão vivia mais citado nos jornais que o próprio presidente da república, e o seu nome era encontrado em todas as seções dos cotidianos." O Dr. Gedeão, médico, disputa os holofotes com José Antunes Bulhões, paciente, neste hilário conto "A doença do Antunes". E a relação médico-paciente é também o mote de "Oráculo" – será que o personagem Pelino terá sua vista curada?

Quatro contos curtinhos de Lima Barreto aqui reunidos! "Um candidato" é uma sátira bem-humorada à classe política, centrada na figura de um candidato declaradamente corrupto. Em "Um bom diretor", conto tido como inacabado, uma nova crítica é direcionada à classe política, dessa vez pela nomeação inadequada de um profissional de educação. "A consulta" é um flash sobre a cena urbana do Rio de Janeiro, que lança luz sobre a prostituição da época. Por fim, "Que rua é esta?" tem como alvo da crítica a polícia, tão distante da realidade da cidade que sequer conhece sua principal rua!

Este livro reúne três das mais notáveis narrativas de Lima Barreto. Nelas, o leitor encontra recortes da vida cotidiana de personagens que transbordam realidade, dentro do melhor traço do Autor. Como é também característico de Lima Barreto, a crítica social é o pano de fundo, aqui com destaque para a imprensa, a classe política e a polícia. São estes os contos: "O jornalista", "Fim de um sonho" e "O meu carnaval".

Este livro reúne três contos que atestam a excelência narrativa de Lima Barreto. "A chegada" tem por personagem central o senador Bastos, político ironizado pelo narrador. "Os quatro filhos d'Aymon" segue na crítica à classe política, tendo por enredo a eleição simultânea dos quatro irmãos. Por fim, "Ele e suas ideias" traz a história de um personagem tão visionário quanto incompreendido, com curiosos cenários do Rio de Janeiro daqueles tempos.

Lima Barreto em cinco contos breves e espetaculares! São estas as narrativas e suas respectivas temáticas: "O rico mendigo": culto exagerado ao negócio do café. "Uma anedota": a massa de manobra de políticos inescrupulosos. "A nova glória": a inutilidade dos políticos. "Era preciso...": a emergência social. E, finalmente, "Faustino!": o poder.

A morte ronda esses dois contos excepcionais de Lima Barreto. Em "O cemitério", o narrador se apaixona por uma mulher... morta. Em "Por que não se matava", por sua vez, o narrador e um amigo seu discutem as razões para a manutenção da vida, num diálogo articulado que estimula a reflexão do leitor.

"Lourenço, o Magnífico", de Lima Barreto, tem por enredo a história do novo rico Lourenço Caruru, corretor que ao enriquecer passa a desprezar a pobreza. Num paralelo com o personagem homônimo da vida real, o autor faz uma crítica à burguesia emergente, que vive pelas aparências. A trama com que é tecida a história do personagem traz a marca da genialidade de Lima Barreto.