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  • Carta Jun/25: Fluxo, para que te quero
    Jul 8 2025

    Caros(as) cotistas e parceiros(as),

    Seguindo a trilogia dos três P’s dos investimentos, focamos nesta carta no "posicionamento". Os dois P’s anteriores (profits – lucro – e policy – política monetária) costumam ser mais relevantes para explicar o comportamento dos ativos ao longo do tempo. No entanto, o posicionamento dos investidores ajuda a medir pontos de inflexão e pode acentuar esses movimentos.

    Existem várias formas de medir esse posicionamento, que podemos organizar em três grandes grupos: 1) alocação (quanto está de fato investido), 2) fluxo (para onde está indo o dinheiro marginal) e 3) sentimento (como os investidores estão ou gostariam de estar posicionados). Indicadores de curto prazo sugerem um sentimento mais construtivo para Brasil do que meses atrás. Por outro lado, os dados estruturais apontam que ainda há espaço considerável de realocação em ativos brasileiros.

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  • Carta Maio/25: Lucro para que te quero
    Jun 5 2025

    Caros(as) cotistas e parceiros(as),

    Este é um dos nossos mantras: os preços das ações perseguem lucros que crescem mais. Como escrevemos em nossa última carta, os lucros das empresas são um dos três principais pilares dos investimentos em ações.

    Uma parte importante do nosso processo de análise é tentar projetar quais serão os lucros das empresas que estudamos, tentando buscar assimetrias (lucros acima ou abaixo do esperado). Alinhado a essa análise micro e ao nosso processo de investimentos, que combina macro com micro, tentamos identificar as variáveis macroeconômicas que mais ajudam ou atrapalham as empresas.

    Em países emergentes como o Brasil, a parte mais crítica da projeção de lucros de uma empresa é calibrar a margem. Nossos estudos estatísticos indicam que crescimento econômico, taxas de juros e preços de commodities são os principais fatores que explicam a variação de margens ao longo do tempo.

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  • Carta Abril/25: Os três P’s dos investimentos
    May 13 2025
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  • Carta Março/25: Será o fim da Pax Americana?
    Apr 10 2025

    Caros(as) cotistas e parceiros(as),


    Abril começou marcado pela incerteza com o anúncio das novas tarifas impostas pelo governo Trump, aumentando em 10% todas as importações e de maneira ainda mais agressiva sobre China. Esse movimento provocou uma reação imediata nos mercados, intensificando preocupações com uma possível recessão global, destacada pelo aumento significativo nas projeções de recessão dos EUA feitas por instituições como Goldman Sachs e JP Morgan. Os impactos dessas tarifas são múltiplos: pressão inflacionária, redução no consumo, queda nas margens corporativas e incertezas sobre a atuação futura do banco central americano (FED).


    Do outro lado do mundo, a China pode sofrer reduções no crescimento do PIB e nas exportações devido às tarifas, porém já sinaliza a adoção de estímulos fiscais e retaliações comerciais próprias para conter danos e reequilibrar sua economia rumo ao consumo interno. Para o Brasil, o impacto é ambíguo e relativamente limitado: apesar da taxa negativa aplicada às exportações brasileiras, setores como o agronegócio poderiam ganhar mercado, enquanto a desaceleração global pode pressionar negativamente os preços das commodities e limitar o crescimento interno.

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  • Carta Fevereiro/25: Esperando no Outside
    Mar 11 2025

    Caros(as) cotistas e parceiros(as),

    Uma das imagens mais emblemáticas das Olimpíadas de Paris 2024 foi de Gabriel Medina. O surfista executou um tubo impecável seguido de um aéreo, garantindo a maior nota da história do surfe olímpico: 9.90. Ao sair da onda, ele saltou da prancha e ergueu o dedo em sinal de vitória, criando uma imagem eternizada pelo fotógrafo Jérôme Brouillet. Porém, Medina não conseguiu conquistar o ouro olímpico. Na semifinal, contra o australiano Jack Robinson, Medina ficou esperando no outside e a onda simplesmente não veio.

    Assim como Medina precisou esperar pacientemente pelas ondas certas, nos mercados financeiros também é essencial aguardar as melhores oportunidades. No Brasil, essa espera pode ser longa e desgastante, mas acreditamos estar próximos de um ponto de inflexão relevante. Três fatores sustentam nossa visão cautelosamente otimista: 1) nível atrativo de preços dos ativos brasileiros, 2) perspectiva de um dólar global mais fraco do que o antecipado, beneficiando países emergentes, e 3) início do novo ciclo eleitoral, que poderia estimular expectativas positivas.

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  • Carta Janeiro/25: Homo Techne
    Feb 6 2025

    Caros(as) cotistas e parceiros(as),

    O que potencialmente poderia dar certo? Nos últimos meses (talvez anos), nos desacostumamos a fazer essa pergunta. Em seu novo livro, Reid Hoffman, cofundador do Linkedin e investidor em tecnologia, discute a inevitabilidade da inovação tecnológica, destacando que, apesar dos riscos inerentes, o impacto positivo da adoção da inteligência artificial (IA) tende a superar os desafios.

    E por aqui, o que poderia dar certo? Por enquanto, as boas notícias vêm de fora. A melhora dos preços dos ativos reflete mais um ajuste às condições externas do que uma recuperação nos fundamentos. A combinação de dólar mais fraco, inflação e juros mais baixos pode ser muito positiva para os mercados emergentes, incluindo o Brasil. Mas esta é uma pergunta recorrente em nossas discussões.

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  • Carta Dezembro/24: O retorno do rei
    Jan 7 2025

    Caros(as) cotistas e parceiros(as),

    No dia 20 de janeiro, Donald Trump tomará posse como o 47º presidente dos Estados Unidos. Uma das primeiras grandes questões será a possível imposição de tarifas sobre importações. Caso Trump intensifique medidas que priorizem os interesses econômicos dos EUA em detrimento da integração global, o mundo pode se tornar mais fragmentado, acelerando a tendência de multipolaridade. Nesse cenário, outras potências e blocos regionais podem buscar maior autonomia e alianças estratégicas alternativas, reduzindo a influência absoluta dos Estados Unidos.

    Por outro lado, há uma tese oposta: um mundo mais unipolar, onde os EUA reafirmam sua posição dominante. O estilo confrontacional de Trump pode desencorajar desafios diretos à liderança americana, consolidando ainda mais o poder econômico e tecnológico dos EUA. Além disso, fatores estruturais podem favorecer essa concentração de poder. A revolução tecnológica impulsionada pela inteligência artificial e a supremacia dos semicondutores de empresas como a Nvidia podem ampliar ainda mais essa vantagem competitiva.

    Por que isso importa? Historicamente, no longo prazo, moedas seguem o crescimento econômico de seus países emissores. O dólar tem se fortalecido consistentemente, refletindo o desempenho superior da economia americana.

    Um dólar excessivamente forte pressiona moedas de economias emergentes, elevando a inflação local e dificultando cortes de juros por parte de bancos centrais ao redor do mundo. Se essa dinâmica persistir, o atual ciclo de afrouxamento monetário pode ser interrompido – ou até revertido.

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  • Carta Novembro/24: As Duas Batalhas
    Dec 6 2024

    Caros(as) cotistas e parceiros(as),


    Os mercados financeiros frequentemente funcionam como barômetros de confiança global, avaliando em tempo real decisões políticas, eventos geopolíticos e riscos econômicos. Embora não sejam perfeitos, tendendo a reações de curto prazo, eles recompensam previsibilidade e estabilidade, enquanto penalizam incertezas e riscos excessivos.


    Hoje, duas "batalhas" principais moldam o comportamento dos mercados: a crescente tensão comercial entre Estados Unidos e China, e os desafios fiscais enfrentados pelo Brasil. Ambas têm implicações significativas para a economia global e para nossos portfólios. Os mercados financeiros podem enviar sinais das respostas sobre essas políticas. A forma como os governantes reagem pode determinar o desempenho dos ativos em 2025.

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