Tá Freud! Podcast Por Vinicius Lara capa

Tá Freud!

Tá Freud!

De: Vinicius Lara
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Sobre este título

Psicanálise, história, política e muita associação livre. Nesse podcast Vinícius Lara, que é historiador e psicanalista abordará temas que envolvam a psicanalise em extensão e suas relações com a vida cotidiana. Sem conversas herméticas, sem lacanagem e entendendo que IPA, na melhor das hipóteses é cerveja amarga. Se você também gosta de algum desses assuntos, vem comigo. (Contém doses de ironia e eventuais pitadas de deboche) Se gostar, me segue lá no Instagram também: @_vini.lara @circulojfVinicius Lara
Episódios
  • T05#02 - Era uma vez uma auto-análise
    Oct 20 2025

    Este episódio discute a chamada auto-análise de Freud, realizada entre 1897 e 1900, período em que ele elaborou suas primeiras hipóteses sobre o inconsciente, os sonhos e a sexualidade. O ponto de partida é a parceria anterior com Josef Breuer, médico com quem publicou Estudos sobre a histeria em 1895 ea correspondência de Freud com Wilhelm Fliess .

    A relação com Breuer e Fliess revela dois modos distintos de interlocução: o primeiro,marcado por uma relação quase filial e bastante tranquila, já o segundo, marcado pela intensidade pessoal e pelo compartilhamento das ideias ainda em formação. É nesse espaço intermediário que se deu a famosa a auto-análise de Freud, um processo que uniu reflexão teórica, elaboração, escrita e que estaria na posição de mito fundador da psícanálise.

    O episódio retoma a leitura de Henri Ellenberger, Erik Porge e Peter Gay dentre outros para discutir em que medida a autoanálise de Freud pode ser compreendida como um exercício clínico ou, antes, como um mito.


    Bora? Bora!


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    Também vale conferir a divulgação do nossa Jornada de Estudos Psicanalíticos de 2025, com o Tema A psicanálise e suas práticas - para mais informações --> CLIQUE AQUI


    BIBLIOGRAFIA DO EPISÓDIO:


    ROUDINESCO, Elisabeth; PLON, Michel. Dicionário de psicanálise. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.

    GAY, Peter. Freud: uma vida para o nosso tempo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

    ELLENBERGER, Henri F. A descoberta do inconsciente: história e evolução da psiquiatria dinâmica. São Paulo: Martins Fontes, 1970.

    FREUD, Sigmund; BREUER, Josef. Estudos sobre a histeria (1895). In: FREUD, Sigmund. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. v. II. Rio de Janeiro: Imago, 1974.

    FREUD, Sigmund. História do movimento psicanalítico (1914). In: FREUD, Sigmund. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. v. XIV. Rio de Janeiro: Imago, 1976.

    PORGE, Éric. Freud/Fliess: mito e quimera da autoanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998

    LACAN, Jacques. Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise: o seminário, livro 11 (1964). Rio de Janeiro: Zahar, 1988.

    SULLOWAY, Frank J. Freud, biologist of the mind: beyond the psychoanalytic legend. 2. ed. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1992.

    VIDAL, Paulo Eduardo Viana. A invenção da psicanálise e a correspondência Freud/Fliess. Estilos clin., São Paulo , v. 15, n. 2, p. 460-479, dez. 2010 . Disponível em . acessos em 17 out. 2025.

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    54 minutos
  • T05#01 - Nem Deus, nem o Diabo: o Inconsciente
    Oct 7 2025

    Neste episódio, nós vamos percorrer uma parte da história das ideias sobre o inconsciente bem antes de Freud pensar sobre o assunto. Do xamã ao magnetizador, do exorcismo às experiências de Mesmer e Charcot, a idéia é tentar um mergulho nas origens simbólicas, religiosas e clínicas desse campo do psiquismo. A psicanálise não nasceu do nada: ela herdou séculos de práticas que tentavam dar sentido ao sofrimento humano e reorganizar a relação entre corpo, alma e cultura.

    Partindo do Iluminismo, vamos acompanhar o médico Franz Anton Mesmer e seu magnetismo animal, passando pelo padre Gassner e seus exorcismos, marquês de Puységur e o sonambulismo, até chegar nas experiências hipnóticas da Salpêtrière, onde Jean-Martin Charcot transformou a histeria numa espécie de espetáculo científico e impressionou o jovem Freud.

    Numa salada de frutas historiográfica vamos conversar sobre ciência, magia e espiritualidade, mas também de cultura, poder e exclusão. Até porque, pensar o Inconsciente numa longa arqueologia do saber é pensar os modos como fomos nomeando essas forças psíquicas invisíveis que atravessam a história humana. Se interessa por psicanálise, filosofia, história da loucura? Vem comigo !

    Bora? Bora!

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    BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA PARA O EPISÓDIO:


    ALVARADO, Carlos S. Fenômenos psíquicos e o problema mente-corpo: notas históricas sobre uma tradição conceitual negligenciada. Revista de Psiquiatria Clínica, São Paulo, v. 40, n. 4, p. 157–161, 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832013000400006.

    DARNTON, Robert. O lado oculto da Revolução: Mesmer e o final do Iluminismo na França. Tradução de Denise Guimarães Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

    DIDI-HUBERMAN, Georges. A invenção da histeria: Charcot e a iconografia fotográfica da Salpêtrière. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.

    ELLENBERGER, Henri F. A descoberta do inconsciente: história e evolução da psiquiatria dinâmica. São Paulo: Perspectiva, 2023.

    FERENCZI, Sándor. Rumo à Psicanálise – Escritos Pré-analíticos (1897–1908). Tradução de Alina Karnics. Edição e preparação de Judit Mészáros. São Paulo: INM Editora, 2024.

    FOUCAULT, Michel. História da loucura na Idade Clássica. Tradução de José Teixeira Coelho Neto. São Paulo: Perspectiva, 1978.

    FOUCAULT, Michel. O nascimento da clínica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1977.

    FREUD, Sigmund. Charcot (1893–1899): Primeiros escritos psicanalíticos. Tradução de Elias Davidovich. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

    FREUD, Sigmund. Moral sexual civilizada e doenças nervosas modernas. In: ______. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 2003.

    FREUD, Sigmund. O futuro de uma ilusão. In: ______. Cultura, sociedade, religião: O mal-estar na cultura e outros escritos. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.

    FREUD, Sigmund. Psicanálise e telepatia. In: ______. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. 18. Rio de Janeiro: Imago, 2003.

    FREUD, Sigmund. Totem e Tabu. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

    GOLDSTEIN, Jan. Console and Classify: The French Psychiatric Profession in the Nineteenth Century. Cambridge: Cambridge University Press, 1987.

    GYIMESI, Júlia. Why “Spiritism”? International Journal of Psychoanalysis, v. 97, n. 2, p. 357–383, 2016. DOI: 10.1111/1745-8315.12364.

    OPPENHEIM, Janet. The Other World: Spiritualism and Psychical Research in England, 1850–1914. Cambridge: Cambridge University Press, 1985.

    ROUDINESCO, Élisabeth; PLON, Michel. Dicionário de Psicanálise. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro: Zahar, 1998. Verbete “Hipnose”.

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    50 minutos
  • T05#00 - Uma história possível da psicanálise
    Sep 24 2025

    Neste episódio nós começamos a 5ª temporada do Tá Freud!, dedicada à história da psicanálise, e explorando seus fundamentos, disputas e transformações desde Freud até a contemporaneidade. Vamos partir do texto A História do Movimento Psicanalítico (1914), para refletir sobre os caminhos da psicanálise, as rupturas com Alfred Adler e Carl Gustav Jung, os embates institucionais e o contexto cultural e político da Europa do início do século XX, marcado pelo antissemitismo e pelas tensões que antecederam a Primeira Guerra Mundial.


    O episódio discute como Freud, ao escrever a história de sua própria criação, construiu uma narrativa legitimadora da psicanálise, silenciando dissidências e fortalecendo sua posição como fundador.


    Mais do que recontar a trajetória da psicanálise, o nosso objetivo é questionar: o que significa escrever a história da psicanálise? Como diferentes versões moldaram sua transmissão e prática? E de que forma esses conflitos ecoam até hoje?

    Bora? Bora!


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    Bibliografia de referência para o episódio:

    CERTEAU, Michel de. A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.

    FREUD, Sigmund. A história do movimento psicanalítico. Rio de Janeiro: Imago, 1996. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. XIV).

    FREUD, Sigmund. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Rio de Janeiro: Imago, 1996. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. VII).

    FREUD, Sigmund. Tratamento psíquico (tratamento anímico). In: ____. Fundamentos da clínica psicanalítica. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.

    JONES, Ernest. Vida e obra de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1989. 3 v.

    JUNG, Carl Gustav. Símbolos da transformação. Petrópolis: Vozes, 2011. [Versão revista de: Transformações e símbolos da libido (1912)].

    KUPERMAN, Daniel. Transferências cruzadas. São Paulo: Zagodoni, 2020.

    ROUDINESCO, Élisabeth; PLON, Michel. Dicionário de psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.

    SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e representação. 2. ed. São Paulo: Editora UNESP, 2015.

    WISTRICH, Robert S. Os judeus de Viena na era de Francisco José. São Paulo: Perspectiva, 1990.

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    36 minutos
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