É inegável que nosso intelecto, nossa mente científica, tem proporcionado grandes conquistas. Ao mesmo tempo, porém, é alarmante o crescente número de diagnósticos dos vários transtornos mentais—ansiedade, depressão, etc.—entre outros males que não só atingem o indivíduo, mas também a coletividade. Teria nosso lema moderno, "querer é poder", perdido sua eficácia?

Para o psiquiatra e psicólogo suíço Carl Gustav Jung, esta é a "superstição" do ser humano contemporâneo que não percebe que existem "forças" que a sua racionalidade não controla. Essas "forças" outrora eram representadas pelos deuses e demônios que, hoje, não desapareceram, só mudaram de nome, viraram doenças. São fatores psíquicos que compõem a camada mais profunda do inconsciente, para além da esfera pessoal, que Jung denominou inconsciente impessoal ou coletivo. Camada esta que se expressa através de símbolos, que são encontrados não só nos sonhos, mas também nas criações artísticas—pintura, literatura, cinema -, pois são importantes elementos de nossa estrutura mental e forças vitais na edificação da sociedade humana. É nesta perspectiva que o curso apresentará o modelo de estrutura e dinamismo psíquico proposto por Jung a fim de compreendermos a importância dos símbolos como uma linguagem universal que exprime a condição humana.

Aula 1 | Como e por onde o mundo nos afeta?

As relações com aquilo que chamamos realidade. A estrutura da psique humana - a consciência e o inconsciente. A influência dos complexos em nossas atitudes e comportamentos.

Aula 2 | Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia Instintos, arquétipos e o inconsciente impessoal ou coletivo. Padrões reguladores da existência. Persona, sombra, anima/animus e Self. O universal e o individual.

Aula 3 | A certa superficialidade da lógica (e o que há além)

O que são símbolos e quais suas funções? Um termo, um nome ou uma imagem que expressa o desconhecido. As manifestações nos sonhos, na arte, na cultura. Possibilidades de interpretações.

Aula 4 | A linguagem íntima do simbólico

Símbolos como expressões do inconsciente. A herança que dá sentido à vida. O processo de individuação.

Lilian Wurzba é psicóloga e supervisora clínica. É professora dos cursos de especialização em Psicologia Junguiana e Psicossomática do Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa (IJEP), em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Graduada em Psicologia pela Universidade Paulista, mestre e doutora em Ciências da Religião pela PUC-SP. É coordenadora do Grupo de Pesquisa "Jung e a Filosofia da Religião" do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP, professora da Casa do Saber e do MIS. Autora do livro: "Natureza Irreal ou Fantástica Realidade? Reflexões sobre a melancolia religiosa e suas expressões simbólicas na obra de Hieronymus Bosch".